31/03/2015

O PT brochou, mas . . .

de Paulo Henrique Amorim
Navalha
O PT brochou. 
O PT não acabou, não está em fase terminal, não se aproxima da irrelevância.
O PT é maior partido de massas do Brasil, e de esquerda.
E assim será.
Quem acabou foi o PFL, foi a Arena, foi o PSDB, esse arco de alianças de oligarcas.
O PT é um partido trabalhista de massa.
Como o Democrata americano, o Trabalhista inglês, a social-democracia alemã.
E, como todos esses, é uma geleia geral.
Cabe tudo lá dentro.
O PT não é um partido como os outros brasileiros.
O Lula não saiu do Governo dono de uma fazenda no interior de Minas.
O PT não comprou a reeleição.
O Serjão não era do PT, nem ninguém do PT levava dinheiro vivo, em sacola de supermercado com R$ 200 mil dentro para deputado do Acre.
O PT não se deixou atropelar no trensalão.
Não vendeu a Vale a preço de banana.
Nem rifou a telefonia, “isso vai dar m…”, nem entregou a Embratel aos americanos, com os satélites de comunicação das Forças Armadas brasileiras dentro.
O PT não assinou o Tratado de Nao-Proliferação das Armas Nucleares sem pedir aos americanos um cheese-burger em troca.
O PT também não vai voltar às catacumbas onde os primitivos cristão se escondiam de Nero.
Esquece.
O PT não vai voltar aos virginais salões do Colégio Sion, em Higienópolis, para reencontrar o Sergio Buarque de Hollanda e o Antonio Candido, heróis da USP, que jamais defenderam Jango e acabaram na mesma sopa Cebrapiana do Fernando Henrique:
- “regime autoritário” em lugar de “ditadura militar”;
- “dependência” em lugar de “imperialismo”;
- “avanço” vs “atraso” em lugar de “luta de classes”, burguesia vs proletariado.
(Leia “em tempo”.)
O PT acabou contaminado pela ideologia udenista, pauliscêntrica, neolibelês.
E se debate com ela ate hoje.
Corrupção ?
Ora, faça-me um favor !
Quer dizer que o Barusco só começou a roubar no Governo Lula ?
Nem o Moro acredita nisso !
Corrupção de bom tamanho é na Democracia americana, onde os irmãos Koch têm tantos votos quanto a lavadeira do Bronx !
Ora, faça-me um favor !
Por que o PT não faz um seminário sobre o Governo Collor ?
Ele foi eleito com a bandeira do combate à corrupção – contra os marajás do Sarney – e caiu com o Fiat Elba …
Quer dizer que os Ermírio de Moares, os Andrade, a banqueirada da rua Boavista que encheu a burra do PC Farias, de repente, ficou indignada com a roubalheira do Fiat Elba?
Ou o combate à corrupção, como agora, foi a gazua da Casa Grande ?
O Collor era um irremediável entreguista ?
É mesmo ?
Então chama o embaixador Jorio Dauster para conversar.
Ele foi o responsável pela negociação da dívida externa no tempo do Collor.
(E o ansioso blogueiro acompanhou, em Nova York, seu patriótico trabalho.)
E vamos ver quem foi mais altivo e corajoso – se o Jorio Dauster ou o Malan e o NauFraga …
Já no caminho da descida é que o Collor chamou o embaixador Marcilio Marque Moreira, dos Moreira Salles, para entregar a rapadura ao FMI.
Mas, já era tarde demais.
E os CIEP, os Brizolões, que o Collor prometeu que instalar no Brasil inteiro ?
Pergunta a ele, Rui Falcão …
Pergunta ao Collor por que ele caiu …
O PT precisa se abraçar ao ajuste da Dilma com mais fervor, mais entusiasmo.
O ajuste tinha que ser feito.
Como o Lula fez em 2003, e o FHC na reeleição – não esquecer que o FHC se reelegeu com o câmbio fixo, amparado no Bill Clinton e o FMI, e na semana depois da posse deu uma cacetada no câmbio, cortou a cabeça de dois ilustres presidentes do Banco Central, o Gustavo Franco (hoje, economista de banco do PiG) e o Chico Lopes.
Só depois é que vieram o NauFraga e seus imaculados 40% anuais de juros.
E como diz o amigo navegante, o PT no meio da batalha não pode se perguntar se esta na guerra certa.
Tem que vestir a camisa do ajuste.
O problema não é o ajuste.
O problema é a assimetria.
O rico morre de rir do ajuste.
Porque a Dilma deixou o Levy sozinho sob os holofotes.
Escondeu o Nelson Barbosa, e deixou o Levy e suas trapalhadas – ele deveria ser proibido falar de improviso – frente a frente com o PiG.
Já imaginou se a Dilma põe, também debaixo dos holofotes, no centro do palco, o Levy e o Nelsinho Sirotsky, que subornava o pessoal da Receita Federal, como demonstra a Operação Zelotes.
O Nelsinho algemado !
Diante das câmeras, com o logo da Globo no peito !
Ou mandava chamar a Jandira e apresentava ao distinto público a proposta de taxar as fortunas, à moda do Piketty.
Dilma, chama o Piketty para dar uma palestra ao Ministério !
(Como tradução simultânea do André Haras Rezende … Quá, quá, quá !)
E a Ley de Medios ?
O PT é a favor.
O Bernardo plim-plim também.
O Berzoini também.
A Ley de Medios não vai sair nunca !
O PT não tem peito de enfrentar a Globo.
A Marta deu o nome de “jornalista” Roberto Marinho à avenida Aguas Espraiadas e em São Paulo não tem uma pracinha de bairro com o nome de Presidente Vargas …
Desista, amigo navegante, do PT não vem Ley de Medios.
Mas, tem uma solução.
O Ministro Edinho deveria relacionar todos os blogs sujos.
Aqueles que participaram da entrevista com o Lula e com a Dilma, na condição de irremediáveis sujos.
E anunciar que eles não receberão um tusta da SECOM.
Seria a alegria do Messias, aquele que, de fato, manda na SECOM !
Aí, em contra-partida, a SECOM não botaria mais um tusta no PiG.
Na Globo: não ia mais um tusta da Caixa, do BB, da Petrobras.
Pra que a Petrobras precisa anunciar na Globo ?
Para competir com quem ?
Pra que a Caixa e o Banco do Brasil precisam da Globo ?
Para pedir proteção ?
Sem a Globo, não perderiam um milímetro de market-share !
Tira o dinheiro dos blogueiros sujos e do PiG.
(O Fernando Oculto Rodrigues não ia produzir mais aquelas “investigações” sobre publicidade governamental que deixavam a Helena Chagas morrendo de medo.)
E dá o dinheiro ao Juca Ferreira.
Todo.
Para o Juca fazer uma Política Cultural.
Porque, como se sabe, depois de doze anos de poder, o PT não montou uma Política de Cultura.
Não fez um Glauber Rocha, um Cinema Novo – sem Cacá e Jabor, irremediavelmente capturados pela GloboFilmes – não fez um teatro de Arena, não lembrou do Vianninha nem do Boal …
Já imaginaram se, no dia 24 de Agosto, dia do suicídio de Vargas, o Juca pegava o Neojibá, da Bahia, e botava no horário nobre para interpretar o “Choros” número 10 do Villa-Lobos ?
Em seguida, em off, o Pereio lia a Carta Testamento de Vargas, sobre imagens do Walter Firmo, do Evandro Teixeira, Barretão, José Medeiros, Gautherot, Jean Manzon ?
Já pensou ?
Chama o João Falcão, do magnífico “Gonzagão, a Lenda !” – e encomenda um musical sobre Jango e as Reformas de Base !
Sobre o Darcy Ribeiro !
O PSDB passou oito anos no Poder e não produziu uma única metáfora.
O PT vai pelo mesmo caminho !
Assim como não vai ter Ley de Medios, também não vai ter “reforma política”.
Doce ilusão.
Como disse o Wanderley Guilherme, no Valor: vai fazer reforma política, plebiscito, constituinte com os eleitores da Dinamarca, da Islândia – ou com o PP, o Bolsonaro e o Kassab ?
Esquece !
Em lugar de pregar a impossível “reforma política”, um senador do PT deveria encaminhar à mesa do Senado o impeachment do Gilmar Mendes !
Que sentou em cima da única reforma possível, hoje: proibir a grana das empreiteiras de abastecer o PSDB.
Constranger, imprensar, denunciar, vaiar o Gilmar – com vais democraticamente sonoras ! – é muito mais eficaz do que mil “constituintes” com plebiscito!
Mas, como se sabe, o PT não tem Senador.
O PT tem que se reencontrar com o Pai, Vargas.
O partido tem um sério problema de Édipo.
O PT cultiva a D Lindu, mãe do Lula.
Mas, não o pai do Lula.
Não o pai de verdade, porque desse nem o Lula gosta.
Mas, o verdadeiro, o político, Vargas.
Lula veio a admitir a paternidade já no Governo, quando o Haroldo Lima e o Estrela chegaram pra ele e avisaram que tinha descoberto o pré-sal e perguntaram: vai entregar ao genro do Fernando Henrique ou ao povo brasileiro.
E Lula não hesitou !
Depois, o Lula se impressionou com a biografia udenista do Getúlio, do Lira Netto (ficou udenista a partir do segundo volume …).
O PT tem que vestir o pijama ensanguentado do Vargas e sair pelo Brasil afora.
Com a bandeira do Nacionalismo na mão, uma bandeira que ninguém empunha.
A defesa do Interesse Nacional.
Da Amazônia Azul.
Esse documento do PT não traz uma mísera palavra sobre a Petrobras !!!
O PT vai defender os acordos de leniência, para salvar as empresas e os empregos ?
Isso é mais importante do que mil delações do Juiz Moro – que a gente já sabe o que são …!
Tem que parar de discutir Economia que, como disse o Néstor Kirchner, quem gosta de discutir Economia é o Menem, são os neolibelês – ele, Kirchner, preferia a Política.
O PT entende muito de Economia, como o Mercadante…
O PT parou de discutir Política desde que o Dirceu, o Genoino e o João Paulo foram capturados pelo Moro de então.
O PT tem que tratar de Geografia.
Fecha a sede do Partido no centro de São Paulo e instala em Anápolis, no cruzamento da Ferrovia Norte-Sul.
Em Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sinop, Rondonópolis – ou em Imperatriz, Luis Eduardo, Palmas …
Onde o Brasil pulsa.
Cria uma sede do PT em Sulanca, no interior de Pernambuco.
E deixa os suplicys em São Paulo !
O documento do PT não tem uma mísera palavra sobre a política externa do Lula e doCelso Amorim.
A Dilma desidratou a política externa do Lula e o PT não diz nada !
Esse foi um dos maiores legados do Lula, e o PT nem se lembra disso.
Permitiu que o Governo Dilma levasse o Itamaraty no compartimento de bagagem.
E tem mais.
Qualquer projeto de reforma, renovação, atualização, inserção ou lá o que seja que não trate da Globo é trololó.
A Globo está sentada no meio da Questão Nacional !
O PT vai mobilizar como ?
Vai discursar onde ?
Na TV-T, na TV Afiada ?
No site do Vermelho ?
O PT está há doze anos no Poder e não conseguiu comprar um mimeógrafo !
Com medo da Globo.
O PT não vai acabar.
Nem está perto do fim.
Mais do que a semelhança com os democratas americanos, os trabalhistas ingleses ou a social-democracia alemã – onde pululam escândalos – o PT é o nosso peronismo.
Há vários peronismos.
Como há vários Peron.
O Peron da Evita, da mãe dos descamisados, que denunciava os “oligarcas de mierda”.
E o Peron da Isabelita, do Lopez-Rega, o gangster de extrema-direita.
Teve o peronismo do Menem, entreguista como o FHC, mas tem o peronismo da Cristina K.
A Direita argentina tem vários partidos.
Oscila de lá pra cá.
Vive do PiG, como aqui.
E o peronismo continua a ser maior força partidária do país, sempre do lado esquerdo.
Ainda mais agora com o movimento “La Campora”, do filho da Cristina.
Quando vai, de fato, para as ruas, defender a Cristina das garras da Casa Grande.
O PT é parente do peronismo.
Está vivo.
É um peronismo sem testículos.

Pinçado no portal Conversa Afiada de 31/03/2015

21/03/2015

Dirceu, como o maior amigo e o maior inimigo de Fidel celebraram a paz, por André Araújo SAB, 21/03/2015 - originalmente publicado no GGN, link abaisxo

ZE DIRCEU, O TALLEYRAND BRASILEIRO - Poucos politicos brasileiros tem a flexibilidade mental, o auto controle e a mente organizada como o ex-Ministro José Dirceu. A ele se deve a existencia do PT, sem sua capacidade de organização de um lado e de estrategia de composição de forças de outro o PT não teria existido e Lula poderia no maximo ser um lider sindical, como Paulinho da Força. Foi graças a Dirceu que o projeto do PT se materializou.
Talvez porisso Zé Dirceu é alvo recorrente das forças antipetistas que se aglutinam de forma ciclica por espasmos.
Antes do PT ganhar a primeira eleição em 2002 o Governo dos EUA estava preocupado com a surgencia de um novo Chavez na America do Sul, seria Lula igual ou pior que Chavez? A importancia estrategica do Brasil é muito maior que a Venezuela, Equador e Bolivia somados e multiplicados. A preocupação de Washington era real e justificada.
Quem representava essa nova força de esquerda, qual personagem seria o cerebro do movimento que estava por ganhar o governo do Brasil, aliado historico dos EUA?  Não houve necessidade de pesquisa, o cerebro era Zé Dirceu.
O governo Bush precisava um reconhecimento estrategico antes da eleição. Otto Reich, Subsecretario de Estado para o Hemisferio Ocidental que tinha a seu cargo a America Latina veio a São Paulo secretamente para se encontrar com Zé Dirceu. A reunião durou seis horas em um sábado, com a presença tambem da Embaixadora dos EUA e do Consul Geral em São Paulo, alem de William Perry, conselheiro politico do Departamente de Estado e considerado lá o maior especialista em Brasil, acompanhou pessoalmente e in loco todas as eleições brasileiras desde a redemocratização. Nesse encontro Zé Dirceu expos o plano de voo do PT, o projeto economico e social e deu as garantias da
preservação dos caminhos institucionais do Estado brasileiro. Dessa reunião surgiram acordos tácitos  que garantiram o apoio do governo dos EUA ao novo governo a ser eleito, as pesquisas já davam como quase certa essa eleição.
Livro recente dá outra versão como sendo um aval de Fernando Henrique Cardoso para o governo patista usando suas relações em Washington. Essa versão tem um problema. FHC sempre teve otimas relações com o Partido Democrata e especialmente com o ex-Presidente Clinton MAS seu relacionamento com os Republicanos era frio, especialmente com os Republicanos neocons, como era o grupo Bush. Explica-se: Os Republicanos historicamente detestam intelectuais, especialmente de esquerda, categoria onde FHC desponta como principe. Detestam ainda mais intelectuais de esquerda de aculturação francesa. Ao mesmo tempo, embora os Republicanos personifiquem os milionarios americanos, eles tem em altissima conta os "self made men", pessoas vencedoras por seus proprios esforços, aquilo que Lula é, ou seja, pessoas que não herdaram fortuna e devem tudo o que fizeram a seus proprios esforços. Dirceu vendeu essa visão de Lula para Otto e este, amigo intimo da familia Bush, retransmitiu.
Otto Reich, judeu nascido em Cuba, provavelmente o maior inimigo vivo de Fidel Castro, encontrou-se com José Dirceu, provavelmente o maior amigo vivo de Fidel Castro, se entenderam perfeitamente bem e ficaram amigos. Desse primeiro encontro planejou-se uma semana depois uma viagem de Zé Dirceu a Wall Street e Washington.
Essa sólida ponte construida garantiu a economia no primeiro mandato e conferiu a Dirceu credenciais pessoais em Washington a tal ponto que, Dirceu já fora do poder, a Secretaria de Estado Condolezza Rice veio a Brasilia e fez questão de almoçar com Dirceu antes de se encontrar com o Presidente Lula. Dirceu estava em Caracas e teve que voltar as pressas para almoçar com Condolezza. Outras demonstrações de prestigio politico ocorreram nessa época, Lally Weymouth, herdeira do jornal Washington Post ofereceu a Dirceu um jantar de 24 talheres em Nova York, cujos convidados foram os presidentes dos maiores bancos de Wall Street e esposas, isso em 2005 e Dirceu já em queda.
A desgraça do pensamento "politicamente correto" da hipocrisia moralista defenestrou Dirceu e Palocci, desmontando o plano de voo seguro do PT, cuja crise politica começa ai, em 2005 e dura té hoje.
O mensalão foi a desgraça do PT e do Brasil porque desmontou um xadrez politico equilibrado entre conquistas sociais e boa gestão economica. Por causa do mensalão as corporações juridicas ganharam um poder politico novo, que nunca tiveram antes e foram agregando mais e mais fatias de poder ater ter hoje condições de paralisar o Pais.
Por estas ironias da Historia, o governo mais direitista dos EUA dos ultimos 40 anos teve entre 2003 e 2005 excelentes relações com um governo com projeto de esquerda no maior Pais da America Latina. Hoje o governo mais esquerdista dos EUA desde Roosevelt, tem más relações com o governo brasileiro, apesar do alinhamento ideologico obvio
de Obama e Dilma, dois "outsiders" dos respectivos establishment politicos. A falta de um Zé Dirceu talvez seja parte dessas relações rotas, fazer esse papel da mente flexivel não é tãi simples como parece, poucos homens tem a capacidade de almoçar com Deuse e jantar com o Diabo no mesmo dia, isso me lembra em Dirceu um traço de Talleyrand, respeitados os respectivos contextos historicos, geograficos e politicos.

01/03/2015


Nossa colaboradora Tássia Regino: "não tem sido algo exatametne relaxante"

Queridos Amigos e Amigas

Os tempos tem andado de difícil  e ler jornal não tem sido algo exatamente relaxante.  A  mesma   coisa   é  com   a internet,  especialmente  os sites  espe-cializados em notícias,  com  sua  varie- dade de temas  e  facilidade se seleção, por  vezes só aumentam esta sensação de que a vida está muito complexa.


Mas eu adoro ler jornais e também sites de notícias, e sempre encontro coisas tão legais que, como estratégia de fazer as pazes internas com os meios de comunicação, resolvi dividi-las com vocês. Neste meu momento Pollyanna, só não me peçam prá gostar do Rodrigo Bocardi e da nova linha editorial do Bom Dia, São Paulo ! rs rs.
Certamente inspirada pela Marina, minha neta, começo com uma crônica (publicada na Folha) que deu de forma linda uma notícia boa: O nascimento do Daniel, filho de Antonio Prata. Nela o pai dá boas vindas a Daniel com um esinamento que vale prá nós, especialmente quando a gente lê as más notícias dos jornais: “A vida (...) é confusa, Daniel. É confusa, chove, dói dente, costas e outros costados, mas vale muito a pena”
Depois do Antonio Prata e do Daniel, trago uma crônica muito legal do Blog do Jun Sakamoto, Somos Todos Rídiculos, um jeito de homenagear meus amigos que pensam diferente de mim. Na crônica ele trata desta coisa que tem crescido muito, que é a dificuldade de lidar com as diferenças entre as pessoas que já tem feito "ir pro ralo" amizades e relações. Ele começa a crônica citando uma frase que ele ouve muito e eu também: “Por que você é amigo de fulano de tal? Afinal, ele defende exatamente o oposto que você?” Ao longo da crônica ele trata da intolerância, fala da razão das amizades e conclui sugerindo (o que é meu mantra neste tema) que se busque a “tolerância no diálogo, mesmo que firme e duro, e se perguntem se acham que estão certos a todo o momento, uma vez que nossa natureza não é de certezas e sim de dúvidas e falhas que só poderão ser melhor percebidas no tempo histórico. “Ah, mas vocês faz isso?'' É um exercício cotidiano de desapego, tenho que confessar. Mas um exercício necessário.”. 
Para o email ficar mais levinho, trago um texto divertidíssimo do Veríssimo, só com bobagens, pra fazer rir: Sonoplastia.
E prá completar a crônica do Fábio Porchat, Colunista, que responde a uma pergunta que muita gente me faz: “Por que você não faz um Blog?”. O Fábio Porchat responde por mim: porque já tem “muita gente que escreve melhor”. Rs rs rs !
Espero que vocês gostem, que a seleção ajude a ver melhor um lado bom das redes e das noticias, e que vocês tenham uma semana leve e inspirada !
Abraços
Tássia

                                   _______***_________ 
DANIEL
Antonio Prata (Folha de São Paulo - 08/02/2015)
Se esta crônica está sendo publicada hoje, é porque nasceu o meu filho, Daniel. (Se esta crônica não está sendo publicada hoje, é porque ele ainda não nasceu, mas, se ele ainda não nasceu e esta crônica não está sendo publicada hoje, esta frase não tem razão de ser, uma vez que não será lida por ninguém além de mim e da Andressa, do "Cotidiano", a quem mando o texto no fim da gravidez, por precaução. (...). Obrigado, Andressa. Eu não quis dizer que a gente não era ninguém, mas é que as crônicas costumam ser pra mais do que duas pessoas. Se bem que, pensando melhor, nem todas. Esta aqui, por exemplo, é pra uma pessoa só. Afinal, como eu ia dizendo até ser interrompido pela visita inesperada de uns parênteses, se esta crônica está sendo publicada hoje, é porque você nasceu, Daniel.)
Você era ninguém, agora você é alguém -e, acredite, filho, essa é a coisa mais fantástica que pode acontecer com ninguém em todo o universo. Eu digo "acredite" porque não é exatamente um consenso por estas bandas ultrauterinas.
Há quem fique na dúvida entre ser ou não ser, há quem diga que chove muito ou pouco e que há dor de dente e nas costas e tantas outras dores do mundo que o melhor seria não ser ou ser granito ou fumaça, o que dá na mesma. Um homem muito sabido chegou a dizer que o que todo mundo quer é voltar praquele lugar morninho do qual você acabou de sair. Talvez ele tenha razão, mas, como a via é de mão única, eu digo para o seu alento: tem muito programa bom por aqui.
Não sei nem por onde começar, porque não sei ainda do que você gosta. Eu e a sua mãe vamos tentar mostrar um pouco de tudo, aí você decide. Carne, peixe, frango; Palavra Cantada, Ramones, Cartola; mar, campo, cidade; arara, camelo, avestruz; tinta, massinha, carvão; Corinthians, Corinthians, Corinthians -lamento, filho, mas, por mais pluralistas que sejamos, há algumas regras que precisam ser seguidas. Brincadeira, eu vou te amar mesmo que o seu avô te converta num são-paulino. Mas saiba que isso vai dificultar um pouco a nossa relação. E muito a minha relação com o seu avô. É uma escolha sua. E do seu avô. (Tá dado o recado, Mario Luiz.)
Daniel, prometo que vamos fazer o que estiver ao nosso alcance pra te ajudar, mas desde já peço desculpas por nossos inúmeros tropeços. Embora estejamos mais experientes depois da Olivia -duvido, por exemplo, que em vez de pomada pra assaduras passemos pasta de dentes no seu bumbum (as bisnagas eram idênticas! Caramba, Weleda!)-, alguns deslizes são inevitáveis.
Esta crônica tá meio confusa, verdade. É que é difícil esse negócio de dar as boas-vindas a alguém que chega ao mundo. Não sei se falo do Drummond ou do dedo na tomada, se calo ou te compro uma bicicleta. Tudo bem, faz parte. A vida também é confusa, Daniel. É confusa, chove, dói dente, costas e outros costados, mas vale muito a pena. Você não existia, agora existe: esse é o grande milagre diante do qual nos curvamos, crentes ou ateus, corintianos ou são-paulinos. Seja bem-vindo, meu filho, seja o que você quiser, seja o que você puder, desculpa qualquer coisa -e cuidado com as tomadas. 



Leonardo Sakamoto (Blog do Sakamoto - 30/01/2015)

Certas frases soam para mim como um estalar de martelo em uma bigorna. “Por que você é amigo de fulano de tal? Afinal, ele defende exatamente o oposto que você?” Aí sou obrigado a escutar um rosário de argumentos do porquê de uma pessoa X, Y ou Z ser inapropriada para o convívio social, dado os seus posicionamentos políticos, escolhas profissionais ou credos religiosos.
Gastei um bom tempo tentando explicar a razão de algumas amizades hoje. Daí, achei por bem resgatar este texto que já foi publicado aqui com a ressalva de que se você é daqueles que fazem questão de se cercar apenas de pessoas exatamente iguais a você, meus pêsames. Sua vida é monocromática demais.
Talvez o sobressalto e a tentativa de me convencer a largar mão de almoçar com alguém que considero agradável sejam até maior pelo fato de me enxergarem como uma pessoa progressista.
(Sobe fundo musical com “A Internacional''. O quê? O japonês é de esquerda? Quer o fim da propriedade privada? Mas ele tem iPhone! É um hipócrita! Por Nossa Senhora de Fátima! Ele curte os massacres comunistas! Vou abandonar este blog demoníaco! Sakamoto, volta pra Cuba, que é seu lugar! Vá ver Cuba lançar foguetes!)
Quando dou risada da situação ou insisto na perda de tempo dessa discussão, surgem teorias para explicar o comportamento humano – afinal, muitos acham que são PhD no assunto só por terem lido Sabrina:
– Então, são amigos desde o colégio!
– Não, o cara salvou ele de ser devorado por uma morsa mutante e, desde então, rola uma dívida de gratidão.
– Transplante de rim, sabe? Doação…
– Imagina, só é amigo porque o outro lhe emprestou dinheiro.
– Ah, ele faz isso para provocar e mostrar que é plural. Um pedante.

Acredito que meu ponto de vista está correto, mas isso não faz dele uma Verdade Absoluta – até porque verdades absolutas não existem, nem esta (isso é suficiente para dar um nó em alguns, mas vá lá). Não mais – ao contrário do que boa parte dos leitores de blogs acreditam. Uma outra pessoa pode defender que a forma mais correta de acabar com a fome, a violência, as guerras, a injustiça seja por outro caminho. Desse enfrentamento de ideias e de propostas sairá um vetor resultante que apontará para uma direção, dependendo da correlação de forças envolvidas, dos atores dedicados a isso, da aceitação dessas propostas pelo restante de uma sociedade.
Não acredito que o livre mercado seja a solução para tudo, mas há quem diga que sim. Ótimo, vamos discutir os argumentos que embasam as diferentes posições e não chamar o outro de canalha ou burro, esquerdista idiota ou direita fascista, e travar por aí a discussão. Ou pior, defender o fechamento de um veículo de comunicação.
Discordo visceralmente de muitas reportagens que leio, mas nem por isso acho que elas não tenham o direito de vir a público (a menos que tenham sido produzidas para incitar a violência contra outras pessoas). Pelo contrário, repetindo Voltaire, discordo, mas defendo o direito de que seja dito. A saída para contrapor uma voz não é o silêncio, mas sim outra voz (o fato de pessoas que defendem um ponto de vista semelhante ao meu não terem conseguido construir uma alternativa – ainda – diz tanto sobre a nossa incapacidade de comunicação quanto sobre o poder de fato do outro).
Muitos simplesmente repetem mantras que lêem na internet, ouvem em bares ou vêem na igreja e não param para pensar se concordam ou não realmente com aquilo. É um Fla-Flu, um nós contra eles cego, que utiliza técnica de desumanização, tornando esse outro uma coisa sem sentimentos. Isso é muito útil durante eleições polarizadas (como,ao que tudo indica, a deste ano), mas péssimo para o cotidiano.
Somos seres complexos com múltiplos níveis de relações. Tenho colegas conservadores politicamente, mas liberais em comportamento que guardo em muito mais estima do que colegas progressistas politicamente, mas com um discurso e prática comportamentais bisonhos. Pois não é possível defender a liberdade dos povos e transbordar machismo, tratando a esposa como uma serva em casa, não é? Crimes são cometidos e escondidos sob a justificativa de que determinado membro defende os ideais do grupo e, portanto, deve ser protegido. Seja em uma associação de produtores rurais, seja em um sindicato de trabalhadores.
É mais fácil pensar de forma contrária, preto no branco, os de lá, os de cá. Mas, dessa forma, a vida vai ficando mais pobre.
Sem o direito ao convívio diário com aqueles que pensam de forma diferente, estancamos em nossas posições, paramos de evoluir como humanidade. Do outro lado sempre estará um monstro e do lado de cá os santos. Isso sem contar a impossibilidade de apreciar tudo o que o outro tem de melhor – do ombro amigo à conversa inflamada em uma mesa de bar.
De uns tempos para cá, tornou-se mais frequente ter que defender algumas amizades publicamente diante de insultos de outros amigos, principalmente depois da campanha eleitoral do ano passado.
Nunca pensei que seria necessário dizer isso, mas peço a cada um buscar seu quinhão de felicidade à sua maneira e deixe que os outros façam o mesmo, considerando o quão contraditória é nossa sociedade capitalista.
Humildemente, sugiro que busquem a tolerância no diálogo, mesmo que firme e duro, e se perguntem se acham que estão certos a todo o momento, uma vez que nossa natureza não é de certezas e sim de dúvidas e falhas que só poderão ser melhor percebidas no tempo histórico. “Ah, mas vocês faz isso?'' É um exercício cotidiano de desapego, tenho que confessar. Mas um exercício necessário.

E riam mais de si mesmos. Porque #SomosTodosRidículos
                                 
                                      _______***_________ 

SONOPLASTIA 
Luis Fernando Veríssimo (O ESTADO   - 01/02/2015)
Carlos Alberto e Maria Cristina estão num motel. Toca o telefone celular que ele deixou na mesinha de cabeceira ao lado da cama redonda. É a mulher de Carlos Alberto, Cynara.
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - Oi, bem. 
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Cynara - Onde você está?
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - Ora, onde eu estou. Onde é que eu estou, todos os dias, a esta hora? Num engarrafamento. 
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Cynara - Vai demorar muito?
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - E eu sei? Há meia hora que eu estou parado aqui. O trânsito não anda. Só andam os motoboys. Você não ouve a buzina deles, passando?
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Cynara – Não
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto (para Maria Cristina, tapando o fone) - Faz barulho de boy.
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Maria Cristina - Muuuu...
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto (tapando o fone outra vez) - Mu, Maria Cristina? Mu?!
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Maria Cristina - Você disse barulho de boi.
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - De boy, Maria Cristina. De motoboy passando e buzinando!
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Maria Cristina (imitando buzina) - Bi, bi. Bi, bi. Bi, bi. Bi...
Carlos Alberto - Ouviu as buzinas?

<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Cynara - Eu ouvi um "muuuu".
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - Acredite ou não, acabou de passar uma vaca por aqui. Tem vaca na pista, dá pra acreditar? O trânsito desta cidade está tão bagunçado que tem até vaca solta...
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Cynara - Carlos Alberto...
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]--> Carlos Alberto - Olha, apareceu um guarda. Ó seu guarda! (para Maria Cristina, tapando o fone) Faz voz de homem. Finge que é um guarda.
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Maria Cristina (com voz grossa) - Pois não, cavalheiro
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - Por que está tudo parado? Estou aqui há meia hora, no mesmo lugar. Houve alguma coisa?
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Maria Cristina (com voz de guarda) - Capotou um caminhão carregado de animais, ali na frente. Espalhou bicho pra tudo que é lado.
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - Boa, boa. Quer dizer, que coisa horrível. Então era uma vaca mesmo que passou por aqui. Eu já estava pensando que era alucinação minha. Esse trânsito enlouquece qualquer um!
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Maria Cristina (com outra voz) - Vai uma água aí, doutor?
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - Não, obrigado.
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Maria Cristina (com outra voz) - Biscoito. Olha o biscoito.
<!--[if !supportLineBreakNewLine]-->
<!--[endif]-->

<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - Não. Ouviu só, Cynara? É só parar o trânsito que aparece vendedor de tudo...
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Maria Cristina - Bi,Bi, bi,bi, bi-bi...
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - E não para de passar motoboy!
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Maria Cristina - Mé..., mé..., mé...
<!--[if !supportLineBreakNewLine]-->
<!--[endif]-->

<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Cynara - O que é isso?
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - Ovelhas. Devem ser do caminhão que capotou. Nós estamos cercados de ovelhas.
<!--[if !supportLineBreakNewLine]-->
<!--[endif]-->

<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Cynara - "Nós", Carlos Alberto?
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - Eu. Eu e o carro. Eu e os outros motoristas.
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Cynara - Você está com alguém no carro, Carlos Alberto?
<!--[if !supportLists]-->-       <!--[endif]-->Carlos Alberto - Olha, o trânsito começou a andar. Vou ter que desligar!

  
Colunistas
Fábio Porchat (O Estado de S. Paulo - 08 Fevereiro 2015)

A dificuldade de se ter uma coluna num jornal é que muita gente que escreve melhor que você tem uma coluna num jornal. Não quero fazer comparações, não estou discutindo talento, aqui. Eu jamais me compararia ao mestre Verissimo, óbvio, mas que assusta, assusta.
Como ser engraçado se na página ao lado eu sei que alguém já está sendo hilário e inteligente ao mesmo tempo? Ou se no jornal vizinho já tem um José Simão fazendo rir diariamente!!!! E como falar sério, se tem pessoas bem mais indicadas para falar sério? A minha questão é: sempre vai ter alguém falando aquilo que você está falando, só que de forma mais clara, esperta, assertiva e coerente.
Muitas vezes, eu leio uma coluna e penso: é isso. Quase como que pensando, nem preciso escrever a minha coluna, o Drauzio já disse exatamente o que eu queria dizer e muito melhor.
Às vezes, dá vontade de fazer uma coluna dizendo: não perca tempo comigo, aqui, vá direto ler o João Pereira Coutinho. Será que, em vez de escrever, eu deveria continuar a ser apenas leitor? A autocrítica que faço é muito em relação ao que eu quero falar, que opinião quero dar. Ou melhor, de que vale dar a minha opinião? Como emitir algum pensamento se o Gregório Duvivier já vai emitir um, que, inclusive, será o meu daqui pra diante?
Se tenho alguma percepção do que está acontecendo ao meu redor e quero transpor isso pro papel, caio em uma armadilha. Se for pra falar a sério, o Contardo Calligaris é a pessoa certa, se for pra fazer uma observação bem-humorada da situação o Antonio Prata é o mais indicado. Como emitir uma opinião mais aprofundada sem antes ler o Roberto DaMatta? E pra que emitir uma opinião mais aprofundada depois de lê-lo? Já tá lá. Tá dito. Se o Cristovam Buarque falou, tá falado. Se resolvo falar de futebol, ou qualquer outro esporte, resolvo ler o Juca Kfouri e o Antero Greco e desisto. Eu nunca vou ser tão neurótico quanto a Tati Bernardi. Pra que contar histórias, se as do Nelson Motta são tão saborosas e divertidas? E se resolvo entrar num papo-cabeça, a Fernanda Torres é imbatível. Eu prefiro lê-la a escrever.
Veja bem, não é no sentido de competição que eu falo tudo isso, no sentido de que queria escrever como eles, não. É no sentido de admiração, aprendizado e interesse. E o meu interesse é ler o Marcelo Rubens Paiva e não me ler, entende?
Não estou me fazendo de coitadinho, aqui, não, acho que tenho talento, sim, e acho que consigo escrever. Mas como é duro ter que emitir uma opinião no meio de tanta gente boa. O que é ótimo, sempre é melhor nivelar por cima. Claro, existem péssimos colunistas e esses também são uma inspiração. Pro outro lado, claro, mas é sempre bom ficar atento aos muito ruins, porque a gente pode estar no meio deles e não ter se dado conta. E qual é o seu colunista preferido