29/09/2009

CRISE EM HONDURAS Por Luciano Martins Costa

As liberdades seletivas
Comentário para o programa radiofônico do OI, 29/9/2009

A crise política em Honduras começa a deixar claras algumas diferenças entre os jornais brasileiros. O uso de expressões como "governo golpista" ou "governo de facto" esclarece o que cada veículo considera como a normalidade democrática ou o desvio institucional. Mas o noticiário deixa muito a desejar no que se refere à necessária orientação do leitor no meio da enxurrada de acontecimentos e declarações.

Uma questão que foge às discussões gerais: se Manuel Zelaya é o presidente de direito, deposto por um ato de força, sua presença na embaixada brasileira em Tegucigalpa não seria um fato favorável à volta da normalidade?

Observando-se os três jornais brasileiros de circulação nacional, que tratam de assuntos gerais, nota-se maior predisposição do Globo em apoiar a posição do governo golpista – ou interino, conforme a tendência de quem vê.

Os títulos das reportagens, o vocabulário empregado e as escolhas dos declarantes mais destacados revelam que o jornal carioca só não a . . .

Leia o texto na íntegra: As liberdades seletivas


18/09/2009

A lógica perversa do racismo15/09/2009

Tomei conhecimento desse texto de FLÁVIA CERA através de um tweet de @maria-fro. Leia na íntegra (link abaixo).

No blog do PSDB do Rio Grande do Sul se pode ler esse post intitulado “Arreios à mão, para domar Stela”. O texto aponta o tratamento que deve ser dado a deputada Stela Farias que está a frente da CPI que investiga o governo de Yeda Crusius. A revista Rolling Stone desse mês traz uma entrevista cuidadosa e bem feita com Marina Silva, entretanto acompanhada de uma charge absolutamente ofensiva: Marina Silva está pendurada em um cipó com o rosto de macaco. Ambos os casos são sexistas, evidentemente. O último, além disso, expõe fortemente uma marca racista. Não vejo razão de Marina Silva ser transfigurada em um macaco. Se a intenção era explicitar sua defesa da Floresta Amazônica, ou era ilustrar o codinome dado a ela por Ziraldo de “doce senadora da floresta”, ou qualquer outro motivo que a vincule a defesa do meio ambiente, a ilustração é muito infeliz. Marina Silva é, evidentemente, negra. Ela se declara assim. Não bastou a palhaçada que envolveu Danilo Gentili ao comparar negro com macaco para parar com essas “piadinhas”. E, é claro, que se pode alegar dezenas de desculpas, dizer que não se pensou nisso, que. . .

Leia na íntegra:A lógica perversa do racismo « Sexismo na política


11/09/2009

Golpe Militar no Chile - 11-09-1973

Para lembrar o golpe militar no Chile, em 11 de setembro de 1973, este poema de Mario Benedetti
 

"ALLENDE"
 
Para matar al hombre de la paz                                             
para golpear su frente limpia de pesadillas
tuvieron que convertirse en pesadilla,
para vencer al hombre de la paz                                                         
tuvieron que congregar todos los odios
y además los aviones y los tanques,
para batir al hombre de la paz
tuvieron que bombardearlo hacerlo llama,
porque el hombre de la paz era una fortaleza

Para matar al hombre de la paz
tuvieron que desatar la guerra turbia,
para vencer al hombre de la paz
y acallar su voz modesta y taladrante
tuvieron que empujar el terror hasta el abismo
y matar mas para seguir matando,
para batir al hombre de la paz
tuvieron que asesinarlo muchas veces
porque el hombre de la paz era una fortaleza,

Para matar al hombre de la paz
tuvieron que imaginar que era una tropa,
una armada, una hueste, una brigada,
tuvieron que creer que era otro ejercito,
pero el hombre de la paz era tan solo un pueblo
y tenia en sus manos un fusil y un mandato
y eran necesarios mas tanques mas rencores
mas bombas mas aviones mas oprobios
porque el hombre de la paz era una fortaleza

Para matar al hombre de la paz
para golpear su frente limpia de pesadillas
tuvieron que convertirse en pesadilla,
para vencer al hombre de la paz
tuvieron que afiliarse siempre a la muerte
matar y matar mas para seguir matando
y condenarse a la blindada soledad,
para matar al hombre que era un pueblo
tuvieron que quedarse sin el pueblo.
 
Mario Benedetti


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09/09/2009

O dia em que Jango prendeu o cabo Anselmo




Em março de 1964, Anselmo foi preso quando tentava penetrar - e falar - na reunião do Automóvel Clube. Esse episódio tem sido ignorado até hoje, pois nunca interessou à mídia, cúmplice do processo golpista desde o início. Quem me reviveu o episódio agora, com detalhes preciosos que expõem o repúdio de Jango à indisiciplina que enfraquecia o governo na área militar e encantava os golpistas e a mídia, foi o coronel Juarez Mota - à época capitão e ajudante de ordens do presidente, hoje aposentado, 75 anos de idade, e vivendo em Porto Alegre. O artigo é de Argemiro Ferreira.

A veemência com que, na entrevista ao Canal Livre da Rede Bandeirantes, o notório cabo Anselmo (José Anselmo dos Santos), de olho numa indenização como "perseguido político", tentou negar que já era agente infiltrado (e provocador) da direita ANTES do golpe de 1964, não consegue contestar o depoimento enfático do delegado Cecil Borer em 2001 - conforme o excelente texto (talvez definitivo) assinado por Mário Magalhães na “Folha de S.Paulo”, a 31 de agosto de 2009.

Estou me metendo nessa discussão por ser assunto que me apaixona desde que participei, há pouco mais de três décadas, de uma reportagem de investigação da revista “Playboy”, conduzida pelo jornalista Marco Aurélio Borba, meu amigo (e editor nacional de “Opinião” no período em que dirigi a redação), que morreria poucos anos depois, num acidente em Brasília. Ouvi depoimentos para a revista no Rio, enquanto mais jornalistas faziam o mesmo em outros estados (não tenho aquele número da revista, mas seria bom se alguém pudesse informar ao menos o mês e o ano, entre 1977 e 1979, pois ainda acho que existem ali dados relevantes).

Lei o texto na íntegra : Carta Maior


08/09/2009

Incapaz de gerenciar a saúde, governo paulista inicia seu desmonte definitivo. Escrito por Gabriel Brito

Escrito por Gabriel Brito
05-Set-2009

No início desta semana foi aprovado na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp) o Projeto de Lei Complementar (PLC) 62/2008, que permite a entrada das chamadas Organizações Sociais na assunção de diversos serviços da área de saúde. A nova legislação vai de encontro à tendência de entrega dos hospitais públicos à iniciativa privada, como já mostrado pelo Correio, política que tem marcado a gestão tucana no Estado desde os anos 90.

Repelido por entidades da sociedade civil, trabalhadores e sindicatos do setor, o projeto contou com todo o apoio da base governista, sendo aprovado por 55 votos a 17 contrários, que foram contabilizados pelas bancadas do PSOL, PC do B e PT. Na visão, ao menos declarada, dos entusiastas do projeto, a entrada de ditas entidades aumentará a eficiência dos atendimentos, o acesso e até mesmo o rendimento dos funcionários, mesmo diante do fato de que estes passarão a gozar de estabilidade zero e terão seus direitos trabalhistas reduzidos.

Em suma, discurso idêntico ao de todas as demais privatizações e terceirizações em estradas, telefonia, energia, ainda que com a plena constatação do público acerca da precarização nas condições de trabalho, da queda de qualidade no serviço e do aumento exorbitante de tarifas, a exemplo da explosão das tarifas de pedágios em estradas construídas pelo Estado.

"A aprovação do projeto preocupa, pois se fala em ampliar a atuação das OS no estado, mas antes esse sistema precisava ser repensado, melhorado e principalmente ser mais fiscalizado e transparente", disse ao Correio a promotora pública Ana Trotta Yarid, que entrará com Ação de Inconstitucionalidade contra o projeto. "A lei não visa aprimorar nada, apenas abrir caminho para a entrada das organizações", completa.

Leia + no
Correio da Cidadania