27/11/2011

Nossa colaboradora TÁSSIA REGINO, comenta o novo livro de Nelsinho Motta.

   
 
O livro novo  de Nelson Motta A Primavera do Dragão – A Juventude de Glauber Rocha.

No livro, Nelson relata a parte da vida do pai do Cinema Novo, da infância em Conquista, no interior baiano, até os anos que antecedem à consagração do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, no Festival de Cannes, em 1964. Mesmo só abordando uma parte da vida dele, o livro ajuda a limpar uma imagem do final da vida dele do Glauber como um doidão e reforça a história dele como um grande artista, fundamental no cinema brasileiro.

O livro é escrito de uma forma leve, muito boa de ler, e além de retratar a trajetória de Glauber no cinema, aborda passagens divertidas, como uma hilariante "conspiração" para assassinar políticos que ele teria bolado (onde o atirador seria o João Ubaldo Ribeiro); um plano para explodir bancas de jornais em que foi adotado um código secreto - chamando as bombas de "maçãs" - e que era tão "secreto" que no dia seguinte todo mundo já sabia; ou a história de uma prisão deles após uma farra, na qual ao serem perguntados sobre seus nomes, eles se apresentaram ao delegado com nomes de poetas e escritores famosos

Como não dá pra trazer o livro, eu fui buscar três coisas: algumas frases do Glauber, que revelam um pouco da sua personalidade; dois poemas citados no livro, um do Mário Faustino que adoro, e o cordel que é o final do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol; e alguns poemas encenados por um Grupo chamado Jogralesca criado por Glauber e seus amigos. Dos poemas, dois destaques: O Glauber, que encenava poemas do Ascenso Ferreira, o conheceu – por acaso – numa viagem, exatamente no Trem de Alagoas, que é tema de um dos poemas; e a beleza dos poemas que eu não conhecia Jogador de Futebol, de Cassiano Ricardo e Infância, de Paulo Mendes Campos, onde está o verso lindo: "Tudo é ritmo na infância , tudo é riso/ Quando pode ser onde , onde é quando". E no final, col oquei.

Então, fica aqui a dica literária de um bom presente de natal e o desejo de uma Boa Semana para todos e todas !

Tássia Regino


FRASES DE GLAUBER ROCHA

"A Arte é a dimensão anárquica da matéria onírica"

"A violência é um resíduo apocalíptico do machismo"

"O Estado é mais forte que o Poeta "

"A História é feita pelo povo e escrita pelo poder"

"A verdade revolucionária está com as minorias"

"A Arte é tão difícil como o amor."

"A função do artista é violentar"

"O país precisa de poetas"

"O que interessa é a criação. A linguagem estabelecida, em qualquer arte, cansa."

"Sem linguagem nova não há realidade nova."

"Acho que é uma função digna do cinema mostrar  o homem ao homem"

"A câmera é um olho sobre o mundo"

"A câmera é um objeto que  mente"

"A câmera escreve, canta, dança. A câmera tem de ser trabalhada como um instrumento musical"

"O cinema é uma religião"

"Eu fui o João Goulart do cinema"

"Estão confundindo minha loucura com minha lucidez"

"Falo muito e às vezes digo algumas besteiras"

"Vou viver a fase da luz e depois morrer"

"Sou famosíssimo e paupérrimo."

"Sou um camponês de Vitória da Conquista"

14/11/2011

Petrobras descobre nova jazida de petróleo na Bacia de Santos

A Petrobras e suas parceiras Repsol e BG Group anunciaram nesta segunda-feira a descoberta de uma nova jazida de petróleo de alta qualidade na área de Carioca, na Bacia de Santos, informa um comunicado da empresa espanhola.


A Repsol, que opera no Brasil em uma sociedade conjunta com a chinesa Sinopec, destacou que a descoberta foi feita no poço conhecido como Abaré, situado 35 quilômetros ao sul do poço Carioca e a 293 do litoral de São Paulo.

As análises realizadas indicam a existência de petróleo de alta qualidade a uma profundidade de 4.830 metros, mas ainda não foram realizados testes para avaliar a produtividade da nova descoberta.

A Petrobras, que administra a região do achado, participa com 45% no consórcio que descobriu a jazida, assim como a Repsol (25%) e o BG Group (30%).

O comunicado indica que as empresas estão realizando os testes de longa duração do poço Carioca Nordeste, descoberto em janeiro, e que os resultados conseguidos até agora mostram um potencial de produção de 28 mil barris diários, acima das expectativas iniciais. O poço produz neste momento 23,4 mil barris diários.

Postado por Blogger no Blogueiros Progressistas da Baixada Santista em 11/14/2011 11:23:00 AM
  

11/11/2011

"A Imprensa precisa de lei para deixar de julgar e condenar" por José Dirceu

zé dirceu - um espaço para discussão no brasil

           O  presente  artigo  foi postado originariamente em 23/02/2008 no Blog do Zé Dirceu. (por mim pinçado no CONJUR)


A revisão, suspensão de dispositivos, ou revogação total da Lei de Imprensa, apesar de necessária, deve ser feita com uma discussão mais ampla sobre o respeito aos direitos de imagem e resposta, sobre as formas não só de assegurá-los, como de fazer a imprensa também os acatar. Hoje ela os desrespeita de forma ampla, geral e irrestrita, cotidianamente, prevalecendo-se da impunidade de que usufrui, já que, no caso da instituição imprensa, a Justiça se faz de cega mesmo.
Falo de direitos assegurados pela Constituição, impossível, portanto — ou deveria ser — de serem desrespeitados tão seguidamente no país. Ao se tratar de uma nova lei de imprensa, ou algo que a substitua como legislação na área, que se aproveite para regulamentar o artigo 5, da Constituição de 1988, o item que esta trata da proteção "a honra e imagem das pessoas, assegurado direito a indenização por dano material ou moral e o direito de resposta, "proporcional ao agravo".
Em 20 anos de vigência da Constituição esta regulamentação nunca ocorreu e este mantra da mídia, de que os códigos civil e penal bastam para regular sua atividade encobre, na verdade, o seu propósito de não ter nenhuma regulamentação. Até porque, na seqüência — e já há postulações nesse sentido — vão querer revogar, também, qualquer legislação que estabeleça pena de prisão ou multas para crimes da mídia. É óbvio que isso visa coagir o Poder Judiciário.
Temos o código penal e civil, mas eles em relação à mídia são letra morta. Não resolvem questões do direito de resposta e nem da indenização por dano material e moral — pelo menos como os tribunais tratam demandas abertas com base neles hoje. A regulamentação destes dois direitos faz-se necessária para evitar que a simples revogação da Lei de Imprensa transforme em um costume o desrespeito a estes dois direitos, hoje já uma prática comum, cotidiana e absoluta.
Sugeri ontem [sexta-feira (22/2)] e retomo hoje [sábado (23/2)] a proposta de discussão de uma nova lei de imprensa. A liberdade de informação não está em risco no Brasil, como sugere a campanha da mídia tendo como pretexto processos movidos por integrantes da Igreja Universal. Vamos distinguir: são processos que podem e devem ser resolvidos no âmbito do Judiciário e a decisão do ministro Ayres Brito, do STF, ao suspender 20 dispositivos da Lei de Imprensa só comprova isso. Aliás, um dia depois da decisão do magistrado, descobriu-se que boa parte deles não têm como base a Lei de Imprensa, mas outros dispositivos da legislação.
Repito, faz-se necessário um debate democrático sobre a estrita obediência por parte da imprensa ao texto constitucional. A imprensa não pode continuar a ignorar a presunção da inocência, os devidos processos legais, não pode se antecipar à conclusão destes. Não pode atingir a honra e imagem dos cidadãos alegando que foram denunciados ou processados e ficar por isso mesmo. A Constituição é clara, e as leis também — não há culpabilidade de uma pessoa quando da aceitação de uma denúncia contra ela — ela e todos tem o direito a presunção da inocência até serem julgadas.
A imprensa não é Polícia, nem Promotoria, muito menos Justiça. Não pode investigar, processar e julgar como faz, não pode alegar ser ou atender o "clamor popular" ou a "opinião publica". Pior, não pode dar páginas e páginas diárias contra uma pessoa massacrando-a, e remeter suas reclamações e esclarecimentos para um cantinho escondido e diminuto da seção de cartas dos veículos. A continuar assim, pior do que manter a Lei de Imprensa será estarmos consagrando uma ditadura, agora não militar, mas da mídia.
José Dirceu é advogado, ex-ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República. 

04/11/2011

 
 
 
04/11/2011 - VIOLÊNCIA

Acidentes de trânsito matam 7.160 pessoas em SP

Ministro alerta para epidemia de lesões e mortes no trânsito. Em 2010, foi superada a marca de 40 mil óbitos no país. Número de internações chegou a 145 mil no SUS

 

 

Os brasileiros estão morrendo mais em acidentes com transporte terrestre, principalmente quando o veículo é motocicleta. É o que aponta o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, cujos dados de 2010 revelam: 40.610 pessoas foram vítimas fatais, sendo que 25% delas, por ocorrências com motocicletas. Em nove anos (de 2002 a 2010), a quantidade de óbitos ocasionados por acidentes com motos quase triplicou no país, saltando de 3.744 para 10.143 mortes. Em São Paulo, o número de óbitos totalizou 7.160, sendo os por acidentes de motos 1.518, no ano passado.
 
(Confira tabela do estado abaixo. Dados nacionais em www.saude.gov.br)
 
 
"Os números revelam que o país vive uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito", alerta o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele observa que a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o Brasil ocupa o quinto lugar em ocorrências como essas. "Estamos atrás apenas da Índia, China, EUA e Rússia", completa o ministro, que, nesta quinta-feira (3), comemorou importante decisão do Supremo Tribunal Federal. Por unanimidade, a Segunda Turma do STF entendeu que o motorista que dirigir alcoolizado está cometendo crime, mesmo se não causar danos a outras pessoas. "Este é um grande avanço e certamente vai contribuir para a redução das tristes estatísticas no trânsito", reforça Padilha.
 
De acordo com o SIM, entre 2002 e 2010, o número total de óbitos por acidentes com transporte terrestre cresceu 24%: passou de 32.753 para 40.610 mortes. Entre as regiões, o maior percentual de aumento na quantidade de óbitos (entre 2002 e 2010) foi registrado no Norte (53%), seguido do Nordeste (48%), Centro-Oeste (22%), Sul (17%) e Sudeste (10%).
 
INTERNAÇÕES – O ministro Alexandre Padilha explica que o problema só não é ainda maior porque as ações de ampliação das unidades de urgência e emergência, como as UPAs 24h (Unidades de Pronto Atendimento) e a expansão do Samu 192 (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), vêm aumentando a proporção de vidas salvas, em relação aos óbitos.
 
"Há uma queda na proporção entre mortes em acidentes e internações. Nos últimos três anos, o índice cai de 0,38, passa por 029 e chega a 0,24. As ações de saúde em urgência e emergência têm conseguido reduzir a proporção de óbitos por acidentes de trânsito. Mas essa verdadeira epidemia de lesões e mortes por acidentes de trânsito aumentam muito o número absoluto de internações e óbitos", afirma o ministro.
 
Em 2010, foram contabilizadas 145 mil internações no SUS causadas por acidentes, 15% a mais do que em 2009. Isso representou um investimento de R$ 190 milhões só em procedimentos específicos no Sistema Único de Saúde (SUS). No período, houve um aumento de 8% no número de óbitos.
 
MOTOS– Os índices de crescimento no número de mortes em consequência de acidentes com motocicletas são ainda mais alarmantes. Em nove anos, os óbitos ocasionados por ocorrências com motos mais que triplicaram na Região Sudeste, saltando de 940, em 2002, para 2.948, em 2010 – um crescimento de 214%. Os óbitos cresceram 165% no Nordeste, 158% no Centro-Oeste, 147% no Norte e 144% no Sul.
 
"Nesse ano, os números do primeiro semestre apontam que são 72,4 mil internações de vítimas de acidentes de trânsito. Desse total, 35,7 mil, vítimas de moto, o que representa quase 50%. A proporção continua subindo", afirma Padilha.
 
ÁLCOOL X DIREÇÃO – O ministro reforça a importância da prevenção e da fiscalização da Lei Seca, que reduziu drasticamente a tolerância da relação álcool e direção. "Houve uma redução de até 30% nas regiões que tiveram uma ação mais eficaz na fiscalização", disse. Ele reforçou que o Ministério da Saúde apoia projetos de lei em discussão no Congresso Nacional que aumentam a pena de motoristas que sejam identificados alcoolizados e a anulação de qualquer parâmetro mínimo de nível alcoólico ao volante.
 
Propostas como essas estão contidas no Plano da Década de Ações para a Segurança no Trânsito 2011-2020. "Eu, como ministro da Saúde, defendo medidas que apertem a fiscalização sobre a Lei Seca, a direção alcoolizada, a segurança no trânsito e o uso de capacete e colete refletor por motociclistas", afirma Alexandre Padilha. Para ele, outros projetos também avançam nesse sentido, como a obrigatoriedade de apresentação de carteira de motorista para a compra de motos e a padronização nacional dos boletins de informação de acidentes de trânsito.
 
AÇÕES –O Sistema Único de Saúde conta com um conjunto de ações de promoção de saúde e prevenção e vigilância de acidentes, violências e seus fatores de risco. Para a prevenção, por exemplo, os ministérios da Saúde e das Cidades assinaram, no último mês de maio, o Pacto Nacional pela Redução dos Acidentes no Trânsito – Pacto pela Vida.
 
A meta é estabilizar e reduzir o número de mortes e lesões em acidentes de transporte terrestre nos próximos dez anos, como adesão ao Plano da Década de Ações para a Segurança no Trânsito 2011-2020, recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), com a coordenação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
Outra iniciativa é o Projeto Vida no Trânsito, lançado em junho de 2010. O principal objetivo é reduzir lesões e óbitos no trânsito em municípios selecionados por uma comissão interministerial. Para inicio do projeto, as cidades escolhidas foram Teresina (PI), Palmas (TO), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR).
 
A medida tem duas etapas. A primeira foi iniciada ano passado e se estenderá até 2012. As cidades selecionadas devem desenvolver experiências bem-sucedidas na prevenção de lesões e mortes provocadas pelo trânsito e que possam ser reproduzidas por outras cidades brasileiras.
 
 
Da Agência Saúde, Ascom-MS
(61) 3315-3174 / 6261 /  3580 / 2351
 

Número total de óbitos por acidentes de transporte terrestre – 2002 a 2010*
Localidade
Tipo
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010*
BRASIL
Geral
32753
33139
35105
35994
36367
37407
38273
37594
40610
BRASIL
Motos
3744
4271
5042
5974
7162
8078
8898
9268
10134
Sao Paulo
Geral
6459
7074
7145
7284
7221
7550
7697
7068
7160
Sao Paulo
Motos
327
452
578
705
1212
1332
1586
1500
1518