23/11/2010

Presidente Lula vai dar a primeira entrevista à blogosfera

Por Renato Rovai em seu blog / Revista Fórum


23/11/2010

Amanhã (quarta
-feira) o presidente Lula concederá a primeira entrevista “da história deste país” à blogosfera. Solicitada por um grupo de blogueiros progressistas, ela já tem as presenças confirmadas de: Altamiro Borges (Blog do Miro), Altino Machado (Blog do Altino), Cloaca (Cloaca News), Conceição Lemes (Viomundo), Eduardo Guimarães (Cidadania), Leandro Fortes (Brasilia Eu Vi), Pierre Lucena (Acerto de Contas), Renato Rovai (Blog do Rovai), Rodrigo Vianna (Escrevinhador) e Túlio Vianna (Blog do Túlio Vianna). Outros dois blogueiros buscam desmarcar compromissos para se integrar ao grupo.

O evento acontecerá às 9h da manhã, no Palácio do Planalto, e será transmitido ao vivo pelo Blog do Planalto, pelos blogs que participarão do encontro e por todos que tiverem interesse de fazê-lo. Ainda hoje vamos explicar como isso será possível.

Será uma entrevista coletiva, mas também é um momento de celebração da diversidade informativa. Ao abrir sua agenda à blogosfera o presidente demonstra estar atento às transformações que acontecem no espaço midiático e ao mesmo tempo atesta a importância dessa nova esfera pública da comunicação.

Como as coisas na blogosfera são diferentes e mais colaborativas, não serão só os presentes ao encontro que participarão. A coletiva será aberta ao público que poderá participar enviando perguntas pelo chat. O objetivo é garantir o maior grau possível de interatividade.

Por conta dos senões da agenda presidencial, só agora nos foi confirmado o evento e liberada a divulgação. Por isso temos pouco tempo para nos organizar e produzir a repercussão que a entrevista merece.

Contamos com vocês nessa tarefa: divulgando, transmitindo em seus blogs e fazendo perguntas pelo chat.

A blogosfera dá mais um passo importante.

Um passo “nunca dado na história deste país”.

13/11/2010

Em defesa da liberdade e do progresso do conhecimento na Internet Brasileira Petition

Contra o malfadado projeto de iniciativa do senador mineiro Eduardo Azeredo, conhecido por AI-5 Digital.
Como sempre, quando não interessa à mídia, esta não divulga esse projeto.
Conheça a exposição de motivos. Se você concordar, assine a petição. Eu já assinei.

04/11/2010

Campanha 2010: “melhores” momentos

Publicado na Carta Maior  por Flávio Aguiar

Serra revelou-se um candidato medíocre, sem luz própria, correndo atrás do eleitorado com frases de efeito e de ocasião. Assim, num primeiro passo, proponho aos leitores uma enquete sobre quais teriam sido os momentos mais ridículos dessa campanha.
Haverá muitas análises sobre os motivos da vitória de Dilma Rousseff nas eleições de 2010. Mas sem dúvida um dos motivos da sua eleição chama-se José Serra. É claro que ele encarnou o projeto anti-popular e anti-democrático da coligação PSDB-DEM. Também é claro que para sua candidatura acorreu a nata da escória política brasileira: os saudosos da ditadura, os TFP, a Opus-Dei, mais aqueles que não suportam ver pobre comprando em shopping.

Com isso tudo e para além disso, Serra revelou-se um candidato medíocre, sem luz própria, correndo atrás do eleitorado com frases de efeito e de ocasião. Assim, num primeiro passo, proponho aos leitores uma enquete sobre quais teriam sido os momentos mais ridículos dessa campanha. Alguns deles foram brutais, mas nem por isso deixam de ser ridículos.

1) Serra demora para se declarar candidato, quando todo mundo já sabia que ele seria.

2) Serra começa a novela da escolha do seu vice.

3) Serra aprofunda a novela da escolha do vice, implorando de joelhos que Aécio assuma o papel, depois de aplastá-lo na corrida pela candidatura do PSDB.

4) Serra se afunda na novela da escolha do vice, convidando Álvaro Dias para sê-lo, e em seguida desconvida, porque o DEM faz cara feia e ameaça deixar a coligação.

5) Serra engole Índio da Costa como vice, um desastre como companheiro de chapa, que procura vincular o PT às Farc.

6) Serra anuncia que quem fuma é contra Deus.

7) Serra vai à missa e puxa Ave-Maria.

8) Serra declara Evo Morales cúmplice do narcotráfico, nem que seja por passividade.

9) Serra declara que o Mercosul é uma ficção.

10) Serra anuncia a criação do Ministério da Segurança e o fechamento da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República como compensação.

11) Serra passa a ser “o Zé”.

12) Serra volta a ser Serra.

13) Serra se declara o continuador de Lula, ao mesmo tempo em que é da oposição.

14) Mas Serra teve também brilhantes auxiliares: por exemplo, sua mulher diz a eleitor que Dilma é a favor de “matar criancinhas”.

15) Outros auxiliares entram em cena: O Estadão demite jornalista por delito de opinião e pretende fingir que nada aconteceu.

Ainda mais de auxiliares: lembremos o episódio da "massa cheirosa". E que a Folha de S. Paulo move céus e terra para acessar a ficha de Dilma no STM, depois de divulgar, antes, com estardalhaço, uma ficha policial falsa.

16) Serra se diz verde desde sempre, e que não vai privatizar nada.

17) Serra e próximos a ele brigam continuamente com jornalistas e institutos de pesquisa.

18) A campanha de Serra consegue proibir a circulação de um número da Revista do Brasil e ao mesmo tempo pede “segredo de justiça” para isso.

19) Serra acha “normal” que um bispo peça dois milhões de panfletos apócrifos à gráfica de uma pessedebista de carteirinha, e sem esclarecer quem doou os fundos para a empreitada.

20) Serra diz ser a favor da união cível de homossexuais (afinal algo sensato – nota da redação), que já existe, mas que “casamento é outra coisa”, é matéria de religião.

21) Serra diz que vai passar o salário mínimo imediatamente para R$ 600,00 e dar 10% de reajuste para os aposentados, sem explicar como.

22) Explode uma bomba na campanha de Serra: a bala era de papel, não de prata, e ao invés de explodir na cabeça de Dilma, simplesmente quicou na cabeça do pessedebista. A Globo e a tomografia fizeram o resto do papelão.

23) Serra pede às “moças bonitas” que digam a seus pretendentes que votem nele, para terem mais chances com elas.

24) O grande coadjuvante: o Papa entre na dança, dando uma declaração usada pelos serristas para reativar a questão do aborto. Foi uma extrema-unção, dada à candidatura já moribunda.

E por aí se vai. Deve haver outras pérolas que esqueci, na pressa de redigir. Mais tarde voltarei com novos comentários sobre os rumos e descaminhos desta eleição.


Flávio Aguiar é correspondente internacional da Carta Maior em Berlim.