23/11/2014

Pinçado do portal CARTA MAIOR 


Ação Penal 470: uma exceção para a história , por Wanderley Guilherme dos Santos, para CARTA MAIOR

Não enxergo qualquer efeito pedagógico nesse julgamento e não desejo em hipótese alguma que se repita em outros processos futuros.


Ao bem afamado Péricles, o ateniense, é atribuída a opinião de que, embora sendo certo que nem todos têm sabedoria para governar, a capacidade de julgar um governo em particular é universal. A observação parece valer com razoável generalidade. Por exemplo: nem por faltar um diploma em medicina está um adoentado impedido de avaliar a competência do profissional que o assiste. Assim, ainda que não portadaor de títulos ou conhecimentos para ocupar assento no Supremo Tribunal Federal, tenho como direito constitucional e recomendação de um clássico grego inteira liberdade para opinar sobre a Ação Penal 470.

Posso dispensar a cautela de não me indispor com aquele colegiado, pois não tenho licença para advogar oficialmente ou não a causa de quem quer que seja. E contrariando desde logo o juízo de algumas pessoas de bem, não enxergo qualquer efeito pedagógico nesse julgamento e não desejo em hipótese alguma que se repita em outros processos. Falacioso em seu início, enredou os ministros em pencas de distingos argumentativos e notória fabricação de aleijados fundamentos jurídicos. Não menciono escandalosos equívocos de análise com que a vaidade de alguns e a impunidade de todos sacramentaram, pelo silêncio, o falso transformado em verdadeiro por conluio majoritário. Vou ao que me parece essencial.

A premissa maior da denúncia postulava a existência de um plano para a perpetuação no poder arquitetado por três ou quatro importantes personagens do Partido dos Trabalhadores. Até aí nada, pois é aspiração  absolutamente legítima de qualquer partido em uma ordem democrática. Não obstante, é também mais do que conhecido que o realismo político recomenda, antes de tudo, a busca da vitória na próxima eleição. Não existe a possibilidade logicamente legítima de extrair de uma competição singular, exceto por confissão dos envolvidos, a meta de perpetuação no poder de forma ilegal ou criminosa. Pois o procurador-geral da República pressupôs que havia um plano transcendente à próxima eleição, a ser executado mediante meios ilícitos. 

A normal aspiração de continuidade foi denunciada como criminosa, denúncia a ser comprovada no decorrer do julgamento. E aí ocorreu essencial subversão na ordem das provas. Ao contrário de cada conjunto parcial de evidências apontar para a solidez da premissa era esta que atribuía a frágeis indícios e bisbilhotices levianas uma contundência e cristalinidade que não possuíam. Todos os ministros engoliram a pílula da premissa e passaram a discutir, às vezes pateticamente, a extensão de seus efeitos. Dizer que a mídia reacionária ajudou a criar a confusão, que, sim, o fez, não isenta nenhum dos ministros da facilidade com que caíram na armadilha arquitetada pelo procurador geral e pelo ministro relator Joaquim Barbosa. 

Era patético, repito, o espetáculo em que cada ministro procurava nos textos legais quer a inocência, quer a culpabilidade dos acusados. Em momentos, fatos que eram apresentados por um ministro como tendo certa significação, derivada da premissa, e por isso condenava o acusado pelo crime supostamente cometido, os mesmos fatos eram apresentados como significando o oposto e, todavia, servindo de comprovação da culpabilidade do acusado. Exemplo: a ministra Carmem Lucia entendeu que o fato de a mulher de João Paulo Cunha ter ido descontar ou receber um cheque em gerência bancária no centro de Brasília comprovava a tranqüilidade com que os acusados cumpriam atos criminosos à luz do dia, desafiadoramente. Já a ministra Rosa Weber interpretou o mesmo fato como uma tentativa de esconder uma ação ilegal e, portanto, João Paulo Cunha, seu marido, era culpado. Uma ação perfeitamente legal, note-se, o desconto de um  cheque, sofreu dupla operação plástica: uma transformou-o em deboche à opinião pública, outra o encapotou como um pioneiro ato blackbloc. Dessas interpretações contraditórias, seguiu-se a mesma conclusão condenatória, pela intermediação da premissa maior, segundo a qual qualquer ato dos indiciados estava associado àquele desígnio criminoso.

Estando os acusados condenados conforme tal rito subversivo, o julgamento de outras acusações (sendo o julgamento “fatiado” como bem arquitetou o relator Joaquim Barbosa, enfiando-o aos gritos pela goela de nove dos 11 ministros) se iniciava assim: tendo ficado provado que o réu cometeu tal e tal crime, lá se ia nova acusação como se se tratasse de um reincidente no mundo do crime em momentos diferentes no tempo. E mais, como se a condenação já estabelecida houvesse confirmado a veracidade da premissa maior sobre a existência de um plano político maligno. Pois assim foi até o fim: a premissa caucionando indícios frágeis – e até mesmo a total ausência de indícios como na fala da ministra Rosa Weber explicando que aceitava a culpabilidade de José Dirceu justamente pela inexistência de provas – e os indícios frágeis, convertidos em condenações, emprestando solidez a uma estapafúrdia premissa.

Foi igualmente lamentável o espetáculo da dosimetria. Como calcular penas segundo a extensão e intensidade do agravo, se a existência do agravo pendia de farrapos de indícios? E como calcular se o que sustentava os indícios era uma conjetura dialeticamente tornada plausível por esses farrapos e para a qual não há pena explícita consignada?

Todos os ilícitos comprovados, e vários o foram, se esclarecem e adquirem sentido terreno quando se aceita o crime confesso de criação e utilização de caixa dois.
Esta outra acusação foi desvirtuada pela mídia e pelos ressentidos de derrotas eleitorais, apresentando-a como tentativa de inocentar militantes políticos.
Notoriamente, buscou-se punir de qualquer modo os principais nomes do Partido dos Trabalhadores. A seguir, sucederam-se os contorcionismos para a montagem de um roteiro em que se busca provar o inexistente.

Leia >  Carta Maior sempre a melhor informação, sem as distorções dos grandes jornalões.
Não há nada a copiar neste julgamento de exceção – a Ação Penal 470.

16/10/2014

Pinçado no portal do Nassif, link abaixo.

Para seguir acreditando na vida

do blog de Erly Ricci
Esta eu trouxe lá do "La vem Maria", blog da Silzi Mossato.
Apresentação de trabalho na 1ª mostra Nacional de Praticas em Psicologia Social - em 2000- trabalho incluía os padrões de comunicação da TV.
Apresentação de trabalho na 1ª mostra Nacional de Praticas em Psicologia Social – em 2000- trabalho incluía os padrões de comunicação da TV.
Destrinchar os padrões de comunição da midia, em particular da televisão, já fez parte do meu trabalho junto a educadores. Confesso arrependimento pelo abandono.
Era um trabalho pequeno e solitário. Mas hoje é exatamente o conhecimento que falta ao país.
Alguns anos atrás desliguei a TV.
Não tenho boas defesas para algumas coisas e a medida que a idade avança, a falta de defesa aumenta. Sou invadida pelas dores dos outros, energias dos outros e violência me indigna.
 A televisão é particularmente torturante, seja porque nos denigre como pessoas, em particular à mulher, especialmente nas novelas da Globo, ou porque nos impõe padrões de conduta e crenças pela repetição incessante. Os personagens malévolos que não descansam senão com a morte começam a ser mostrados a tarde e continuam noite a dentro. A ideologia dos programas pode ser resumido ao seguinte: desista, nada pode ser mudado, exceto se você cair nas graças do(a) herdeiro(a) de milionários ou do próprio milionário, ou milionária. Ninguém cresce, muda, constrói a própria ascensão social e isto, para o expectador que só quer relaxar depois de um dia pesado, é destrutivo.
 O mesmo principio provoca a entrada de muito dinheiro, pois os anunciantes pagam para que expectadores vejam seus produtos, muitas vezes  usados pelo(a) personagem bem amado(a) ou desejado(a).
 Mas a pior parte é que a própria instituição “televisão” age de maneira tão manipulativa quanto seus perversos personagens. Faz isso de diversas formas: misturando níveis de conteúdos – ficcional e real, por exemplo – o que já é, em si, esquizofrenizante; retirando elementos de um contexto e o apresentando como uma totalidade ou reconotando e revalorizando certos elementos. Tudo isso perversamente mostrado sob a tarja de “veículo de informação” dotado de neutralidade.    continue a ler no : blog de Erly Ricci

16/09/2014

Lula e a a imprensa

LULA:

Houve um tempo que a Globo era mais democrática.


“O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, canta a plateia


“Vocês cantam isso e amanhã, a manchete será a seguinte: Lula ataca a imprensa”

“Vivemos rico momento da política”


“Antigamente os jornalistas perguntavam para a gente responder. Hoje, eles respondem para a perguntar”


“Eles querem dizer para a sociedade o que eles pensam de você”


“Aumentou na responsabilidade do papel do jornalista não o que ele quer saber, mas o que a candidata tem a falar para o povo”


“O que não pode é todo santo dia enfrentar uma mentira contra essa mulher”


“É necessário fazer a Reforma Política como condição básica”


“É preciso criar partido com base sólida”!


“No país não se discute economia. Tudo é analista de mercado”


“Não é possível falar em reforma política sem falar como, onde e com quem”


“”Foi assim q neste país não elegeu-se um presidente, mas uma vassoura, e deu no que deu”


“Não queremos votar em quem é super do super. Queremos votar em alguém igual a nós”


“Estamos aqui para apoiar Dilma, pra fazer o que falta fazer. Pra fazer o que ela sabe fazer”


“Ela sabe q só fizemos política social incluindo o pobre no orçamento”


“Colocamos o pobre no orçamento”


“Nós não queremos falar de pobre a vida inteira, nós queremos fazer com que deixe de existir pobres”


“É preciso acabar com financiamento privado em campanha eleitoral”


“Precisamos de plebiscito para aprovar uma Constituinte exclusiva”


“Sabemos que temos que governar com quem foi eleito”


“Eu acho que deve ser transformado em crime inafiançável o financiamento privado de campanha”


“To falando isso para o PT também. Tem gente que acha que a campanha está baseada na quantidade de dinheiro que você bota”


“A política a gente só muda por dentro da política”


“Essa meninada não conhece o Brasil de antes. Eles acham que a inflação tá alta, porque não conheceram antes”


“Levou 100 anos nesse país, pra que tivéssemos 3 milhões de pessoas nas universidades, em 12 anos dobramos”


“Eles levaram um século pra fazer 140 escolas técnicas. Nós fizemos três vezes e meia, o que eles fizeram em um século”


“Parabéns, Dilma, pela lei do Petróleo”


“Eu acho que nós ainda estamos devendo pra cultura”


“Eu acho que a gente precisa se dar conta das coisas que a gente não fez, quando está fora do governo”


“O problema é que tudo depende do orçamento. Então o orçamento pode ter 10 paus a mais, 10 paus a menos”


“A gente precisa permitir acesso à cultura a todas as pessoas”


“Havia um costume de que o dinheiro da cultura tinha que ser distribuindo só no centro sul do Brasil”


“O que a gente não pode é gastar tudo com a nave mãe aqui no centro sul”


“É preciso investir na cultura como um todo”


“Eu queria fazer uma casa de cultura em cada cidade do Brasil”


“Eu queria fazer um ponto de cultura em cada lugar, era mais que um ponto, era uma frase inteira”


“Marco regulatório é uma necessidade nesse país”


“Quero te dar os parabéns, Dilma, pelo que você fez pela internet. Foi uma mini revolução. Agora a gente precisa fazer com a comunicação”"


“Eu dizia que não ia mais ler jornal, assistir televisão, porque senão a azia iria me matar”


“O que mais deixa jornalista nervoso é ele escrever contra você e você não ler”


“A imprensa escrita pode fazer o que bem entender desde que não precise de Estado para sobreviver”


“Agora, não é possível concessões do Estado ter comportamento que tem contra o governo”


“Não me lembro o dia que uma revista falou bem de mim. De qualquer forma, o que eu fico indignado é com desfa


“Nesse país a grande oposição é a mídia. Ela está com ódio”


“Eles dão menos espaço para Dilma do que para os adversários”


“Cargo de Presidente não pode ser terceirizado”


“Tem um candidato aí que aprendeu a seguinte palavra: previsibilidade. A única coisa q não teve previsibilidade é que ele caiu e iria sair da campanha”


“Eu queria dizer pra vocês que quando eu escolhi a Dilma, eu tinha muita gente, gente que convive comigo há 30 anos”.

LEONARDO BOFF:

“Há momentos em que o intelectual não pode ficar neutro, ele tem que tomar posição”


“Não houve apenas uma alternância de poder, houve uma alternância de classe social”


“Esta revolução deve ser continuada e consolidada porque ela nunca aconteceu na história do Brasil”.

CHICO CÉSAR:

“Não podemos nos deixar conduzir por nenhuma proposta de aventura ou de desventura”


“Tivemos nós últimos 12 anos inclusão social e econômica através da cultura

MARILENA CHAUÍ:

“Corremos o risco de uma aventura regressiva. Não é apenas uma regressão, é a aventura que me assusta”


“Temos como tarefa o esclarecimento do povo para que essa aventura venha para destruir anos e anos de construção econômica, social e cultural”


“Não posso compreender como alguém que não gosta de política possa aspirar o posto mais alto”


“Se você não pode tratar com partidos, ou você vai ser marionete, ou imperatriz da China”


Texto pinçado do site Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim

25/08/2014

"Marina e a UDN, 60 anos depois" por Rodrigo Vianna

Marina e a UDN, 60 anos depois

publicada domingo, 24/08/2014 às 21:54 e atualizada segunda-feira, 25/08/2014 às 10:40
A UDN – que levou Vargas ao suicídio, que derrubou Jango em 64 e que há 12 anos tenta encurralar Lula e o PT – é capaz de embarcar em qualquer aventura. A pergunta é: a democracia brasileira, pela terceira vez, fará esse mergulho no desconhecido em 2014?
por Rodrigo Vianna

Se Aécio minguar, o ponto de interrogação vira exclamação: "o jeito é Marina!"
A velha UDN tinha uma estranha fixação por militares. Os candidatos presidenciais udenistas - derrotados por Dutra (1945), Vargas (1950) e Juscelino (1955) – eram sujeitos que vestiam farda: Juarez Távora e Brigadeiro Eduardo Gomes.
Com um discurso moralista, os udenistas (civis ou fardados) colhiam a insatisfação das classes médias urbanas que detestavam as políticas sociais do trabalhismo. Algo parecido com o discurso do atual bloco demo-tucano (que chama Bolsa-Família de “bolsa-esmola”).
A UDN era ruim de voto. Mas boa na agitação golpista: no dia 24 de agosto de 1954, há exatos 60 anos, Carlos Lacerda (principal agitador udenista) e seus aliados militares encurralaram o trabalhismo – levando Vargas ao suicídio.
A UDN seguiu perdendo eleição, até que em 1960 resolveu buscar um candidato “de fora”. Janio Quadros - líder hstriônico, que passava a imagem de não se render aos “conchavos” políticos - finalmente levou a UDN ao poder. ”O jeito é Janio”: foi o slogan de campanha. Mas Janio não era um autêntico udenista. O governo dele foi uma crise só. Janio renunciou antes de completar um ano no poder.
Em 1989, para impedir a vitória do monstro “Brizula” (Brizola e Lula eram favoritos, diante da crise do governo Sarney), a Globo fez o papel de UDN e escolheu Collor. Caçador de marajás, inimigo de “tudo que está aí”, Collor ganhou. Mas caiu 3 anos depois. 

A UDN e o fantasma trabalhista
Em 2014, os conservadores parecem dispostos a embarcar em nova aventura. Depois de 3 derrotas consecutivas, o bloco demo-tucano está dividido. Os setores mais orgânicos insistem com Aécio Neves. Mas parte da mídia, dos bancos e da classe média aceita qualquer nome que seja capaz de derrotar o PT.

19/08/2014

AZENHA E O IMPERADOR BONNER. ELE ESTÁ NU !

Publicado em 19/08/2014

AZENHA E O IMPERADOR
BONNER. ELE ESTÁ NU !

Bonner criminaliza a política para fortalecer a Globo.
Ilustração do Twitter do O Observador

Conversa Afiada reproduz excelente análise do Azenha, no Viomundo: 

UMA EXPLICAÇÃO PARA A POSTURA IMPERIAL DE WILLIAM BONNER DIANTE DE CANDIDATOS



por Luiz Carlos Azenha

Trata-se de um simulacro de jornalismo, que nem original é. Nos Estados Unidos, muitos âncoras se promoveram com agressividade em suposta defesa do “interesse público”. Eu friso o “suposta”. Lembro-me de um, da CNN, que fez fama atacando a “invasão do país por imigrantes ilegais”. Hoje muitos âncoras do jornalismo policial fazem o mesmo estilo, como se representassem a sociedade contra o crime.

William Bonner está assumindo o papel de garoto-propaganda da criminalização da política. Ao criminalizar a política, fazendo dela algo sujo e com o qual não devemos lidar, ganham as grandes corporações midiáticas. Quanto mais fracas forem as instituições, mais fortes ficam as empresas jornalísticas para extrair concessões de todo tipo — do Executivo, do Legislativo, do Judiciário.

A postura supostamente independente de Bonner, igualmente agressivo com todos os candidatos, faz parecer que as Organizações Globo pairam sobre a política, que nunca apoiaram a ditadura militar, nem tentaram “ganhar” eleições no grito. Que os irmãos Marinho não fazem política diuturnamente, com lobistas em Brasília. Que os irmãos Marinho não tem lado, não fazem escolhas e nem defendem com unhas e dentes, se preciso atropelando as leis, os seus interesses. Como em “multa de 600 milhões de reais” por sonegar impostos na compra dos direitos de televisão das Copas de 2002 e 2006.

A agressividade de Bonner também ajuda a mascarar onde se dá a verdadeira manipulação da emissora, nos dias de hoje: na pauta e no direcionamento dos recursos de investigação de que a Globo dispõe. Exemplo: hoje mesmo, no Bom Dia Brasil, uma dona-de-casa do interior de São Paulo explicava como está fazendo para economizar água.

A emissora não teve a curiosidade de explicar que a seca que afeta milhões no Estado não é apenas um problema climático, resulta também de falta de investimentos do governo de Geraldo Alckmin, que beneficiou acionistas da Sabesp quando deveria ter investido o dinheiro no aumento da capacidade de captação de água. Uma pauta complicada, não é mesmo?

A não ser que eu esteja enganado, a Globo não deslocou um repórter sequer para visitar o aeroporto de Montezuma, que Aécio Neves mandou reformar quando governador de Minas Gerais perto das terras de sua própria família. Vai ver que faltou dinheiro.

Tanto Alckmin quanto Aécio são tucanos. Na entrevista com Dilma, Bonner listou uma série de escândalos. Não falou, obviamente, de escândalos relacionados à iniciativa privada, nem em outras esferas de governo. Dilma poderia muito bem tê-lo lembrado disso, deixando claro que a corrupção é uma praga generalizada, inclusive na esfera privada, envolvendo entre outras coisas sonegação gigantesca de impostos. Mas aí já seria coisa para o Leonel Brizola.

03/08/2014

Ariano Suassuna, iluminado.

Por TÁSSIA REGINO

Mais um ser humano queridíssimo e iluminado a homenagear, porque nos deixou! E desta vez é uma perda quase familiar, do tanto que eu gostava do Ariano.
No meio da pancada que é a perda, pensei em duas coisas que podem ser sem importância nenhuma: ainda bem que eu vi ao vivo uma Aula Espetáculo dele e isto ficará comigo pra sempre; e ainda bem que Pernambucano é agradecido e antecipado e conseguiu homenageá-lo em vida na nossa maior festa (Ariano foi o homenageado do Galo da Madrugada, no Carnaval do Recife deste ano!).
Antes que alguém me fale que ele é paraibano, quero deixar registrado aqui o depoimento dele, que o torna meu conterrâneo integral: "A Paraíba é meu estado materno e Pernambuco meu estado paterno." Segundo ele, só depois que chegou a esta equação conseguiu se "libertar dessa dilaceração que desde os 15 anos me perturbava".
Afora tudo que todo mundo já sabe dele, o fato é que ele era uma figura!!! Lembro dele na faculdade com as roupas feitas por costureiras locais, em geral de uma cor só e depois com o seu traje de festas: Terno preto e camisa vermelha (Sport Fino, dizia ele, rubronegro fanático. Ninguém perfeito ! rs rs). Uma figura sempre! Como quando ele fala do amor pela mulher Zélia: "(Zelia) Foi um encontro fundamental para mim. Até o ano de 1951 eu só escrevia tragédia. (....) Depois de conhecer Zélia e entrar no Teatro do Estudante foi que comecei a usar esta veia cômica." Gente, pra mim, isto é o máximo de declaração de amor: ela trouxe o sorriso prá minha obra!
A soma das duas partes, o homem e o artista, faz dele uma dessas pessoas que a gente gosta, tanto pela vida quanto pela obra. 
Na parte da obra, acho impressionante, como ele era universal falando a partir do seu mundo e do sertão especialmente. Era uma arte produzida a partir da vida, mas diferente dela, como ele mesmo dizia: "Eu acho que a arte, por natureza, não é uma imitação do real, é uma recriação. (...) Se fosse para imitar a realidade do dia a dia, melhor seria ficar com a própria realidade". A versão menos séria desta tese ele defendia quando se dizia "um mentiroso que mente por amor a arte" ou quando falava "na minha vida não acontece nada. Se eu não mentir, o que é que eu vou contar?". Noves fora o humor, ele tinha uma frase muito bonita sobre sua missão como artista: "A gente escreve pra celebrar a vida e protestar contra a morte".
No quesito das coisas da vida tem algumas coisas ditas por ele (diretamente ou por seus personagens) que eu listo entre algumas das minhas filosofias de vida: "Quem gosta de tristeza é o diabo" (do Alto da Compadecida) e "Tenho duas armas para lutar (...) o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver." E agora, no meio das homenagens, aprendi mais uma que vou adotar: "Nunca me perguntaram se eu queria nascer. Mas eu gostei tanto, que eu voltaria cem vezes"
E neste quesito da vida, sem duvida, uma coisa sobre a qual ele pensou muito foi sobre a morte. Acho que ele estava preparado, ou pelo menos, que fez um bom acordo com Caetana. Pra quem não sabe, trago as palavras dele para explicar: "na minha terra, o interior da Paraíba, a morte é uma mulher e tem nome: se chama Caetana. Alias, é o único jeito de eu aceitar esta maldita: que quando venha seja uma mulher e bonita". A Leda Alves, secretaria de Cultura de Pernambuco disse que em sua última aula-espetáculo, na 6ª feira passada, em Garanhuns, ele falou sobre sua morte de uma forma diferente: "No fim da aula, ele sempre diz: ´Não pensem não. Eu não vou morrer, eu me escondo da Caetana. Ela não vai me encontrar´. Mas, desta vez, ele disse assim: ‘Eu sei que vou morrer, mas meus personagens ficarão todos com vocês´". Eu acho, de verdade, que ele tinha feito um acordo consigo, bem falado na frase da ultima aula ( que tem a ver com a obra), mas também em outra frase que tem a ver com a vida: "O homem nasceu para a imortalidade. A morte foi um acidente de percurso. Mas depois que eu me tornei pai e avô, descobri que a família é quase uma imortalidade, porque é uma continuidade"
O fato é que mesmo naquilo que a gente divergia dele era bom ter aquela inteligência do outro lado, prá melhor o nosso argumento. E agora os personagens dele ficarão com a gente, o próprio personagem que ele foi também ficará, mas nós mesmos ficamos sem ele, e por isso, ficamos mais pobres. Mas mesmo triste, prefiro celebrar a alegria trazida por ele !

ALGUMAS FRASES CÉLEBRES DO ARIANO:

SOBRE ELE E A VIDA

“Dizem que todas as pessoas têm um lado bonito. Então acho que sou um círculo”.
"Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas."
"A alma humana divide-se no hemisfério rei e no hemisfério palhaço. O que há de trágico é ligado ao primeiro, e o que há de cômico, ao segundo. O hemisfério rei se complementa com o hemisfério profeta. O hemisfério poeta, com o palhaço. No meu entender o ser humano tem duas saídas para enfrentar o trágico da existência: o sonho e o riso", em entrevista à Folha em 2005.
 “Em duas coisas eu acredito: no sonho e na força do povo”
"Não sou otimista nem pessimista. Acho os primeiros ingênuos e os segundos, amargos. Eu procuro ser realista esperançoso.."
“Eu sou um homem da esperança. Não como a maioria dos velhos, que dizem: “No meu tempo era tudo melhor.” Eu acho que no meu tempo era tudo pior. Melhorou muito. O que me angustia no Brasil, principalmente, é esse abismo entre o país dos privilegiados e dos despossuídos. E olha que está bem melhor, pois baixou a taxa dos que estão abaixo da linha da pobreza para a mais baixa da história brasileira. Ainda assim é um horror (...). Mas isso alenta minha esperança (...).”
"Eu digo sempre que das três virtudes teologais, sou fraco na fé e fraco na qualidade, só me resta a esperança."
"Um marco de minha vida foi a leitura de uma frase d'Os Irmãos Karamazov': 'Se Deus não existe, tudo é permitido'. Sartre tirou essa dúvida, porque a frase é duvidosa. Ele disse: 'Deus não existe, portanto tudo é permitido'. Eu tirei a conclusão contrária, eu digo que nem tudo é permitido e portanto Deus existe. Ou a norma moral tem um fundamento absoluto, ou ficaria ao sabor da opinião individual de todo mundo, inclusive de estupradores e assassinos", em entrevista à Folha em 2012.
 “Quem gosta de ler não morre só”
 “Terceira idade é para fruta: tem a verde, a madura e a podre”

“A humanidade se divide em dois grupos: os que concordam comigo e os equivocados”  (este modesto blogueiro concorda )

A obra que ilustra o texto é de Thiago Amorim. "Mulher Vestida de Sol"  

26/07/2014

Ubaldo



Eu estava no meu pouco tempo de folga buscando fazer um email de homenagem ao Pablo Neruda, que teria feito 110 anos no ultimo dia 12 de julho.
Ainda nao tinha conseguido terminar, quando veio a noticia desta perda enorme do João Ubaldo Ribeiro, que vocês já sabem o tanto que eu sou fã.

Numa entrevista recente, ele havia dito não temer a velhice, nem a morte. “quem não morre fica velho. Depois de certa idade, esse negócio de mortalidade fica complicado". Prá ele podia estar bem resolvido, mas prá gente é uma pena e uma perda.
Ler João Ubaldo era um dos meus programas prediletos nos domingos, mesmo nem sempre concordando com ele, especialmente se o tema era política. Mas a inteligência do texto compensava a divergência de opinião. Neste período da copa ele foi um dos que mais trouxe coisas legais para refletir (e especialmente engraçadas). Aliás, fiquei sabendo que na final da copa, como eu, ele torceu pela Alemanha (já que perdemos, que seja para o campeão), com a justificativa que tinha um neto alemão (neto que segundo ele chorava em português e alemão! rs).
O fato é que fiquei tão impactada com a perda que mudei o assunto do meu email pro João Ubaldo.
Gosto muito dos seus romances, mas romance não dá pra ser lido assim, rapidinho. Então pra homenageá-lo, neste momento triste, escolhi trazer pra dividir com vocês a alegria dele - uma de suas marcas. Escolhi algumas das minhas crônicas preferidas, todas com a marca do seu humor ferino: 
Alegrias da Paternidade, onde ele fala do consumismo associado às datas comemorativas e diz (e Ortega dá toda razão a ele) que "inventaram esse negócio de Dia dos Pais, Dia das Mães, Dia dos Namorados e assemelhados com o exclusivo propósito de atanazar o juízo do grupo, numeroso porém desprezado, em que me integro, ou seja, o dos que acham essas datas apenas ocasiões para exercícios de sadomasoquismo e solapamento da já combalida estrutura familiar”; e
O Verbo For na qual (a propósito do vestibular) ele começa com uma autogozacao: "Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas."
Pra finalizar, coloquei a ultima crônica que ele escreveu, com uma abordagem critica e engraçada da aplicação da Lei da Palmada, onde ele diz que do jeito que a coisa vai,
Espero que vocês gostem da seleção e sintonizem na vibração destas homenagens tão merecidas:  VIVA JOÃO UBALDO E VIVA O POVO BRASILEIRO !


Tássia Regino



PS: Quando estava concluindo este texto vejo a noticia da morte de Rubem Alves, outra pena de primeira. Um grande escritor, mas essencialmente um educador, ele dizia que "a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. "
Estes dias, a terra ficou mais pobre e o céu mais rico. Acho que Deus está organizando uma Festival de Cultura: alem deles, Ivan Junqueira, Nadine Gordimer, Johnny Winter, Vange Leonel, Tommy Ramonne. Agradecimentos pelo que nos proporcionaram


ALEGRIAS DA PATERNIDADE

João Ubaldo Ribeiro


Tenho certeza de que inventaram esse negócio de Dia dos Pais, Dia das Mães, Dia dos Namorados e assemelhados com o exclusivo propósito de atanazar o juízo do grupo, numeroso porém desprezado, em que me integro, ou seja, o dos que acham essas datas apenas ocasiões para exercícios de sadomasoquismo e solapamento da já combalida estrutura familiar. Sei de dezenas e dezenas de namoros acabados e casamentos atormentados porque um infeliz se esqueceu de uma dessas datas. (As infelizes, curiosamente, não costumam esquecer-se — deve ser algum golpe delas; está fora da moda, mas mandam os antigos não menosprezar o Eterno Feminino, os antigos sabiam das coisas.) Eu mesmo só lembrei que hoje é Dia dos Pais (escrevo com cruel antecedência, é bom sempre observar) porque andei folheando uma agenda.

Queridos confrades, pais, que nos espera hoje? As possibilidades são infindas, mas há categorias em que a maior parte pode ser enquadrada, sob diversos critérios. Penso primeiro (dei muito para pensar em velho ultimamente, bandeira grande) nos avôs, que, como as avós, reúnem todas as forças para não meter a mão na cara do centésimo sujeito que o chama de "pai duas vezes", achando que está fazendo um comentário original e engraçadíssimo. E, claro, com heróicas e escassíssimas exceções, os dessa faixa já chegaram ao doloroso estágio em que todo mundo manda, menos eles, e muito menos neles mesmos.

— Vô, vamos almoçar fora em sua homenagem. Aonde o senhor quer ir?

— A uma churrascaria. Uma churrascariazinha, há muito tempo que não vou.

— Churrascaria? Mas nunca! O senhor já se esqueceu do colesterol, esqueceu a angioplastia? O senhor não se quer bem, mas nós queremos bem ao senhor!

— Então por que perguntam?

— É porque hoje é seu dia, paizão, é tudo para seu bem-estar e felicidade.

Claro, vão levá-lo ao restaurante de não-fumantes em que servem saladas de aspecto malevolente e onde vão deixar — fantástica colher de chá, tudo para a felicidade dele — que ele tome um copinho de vinho, daquele branco doce que a Eulália, sua nora mais carinhosa, adora. E virão os brindes, todos sublinhando, com inquietante ênfase numa convicção obviamente falsa, os muitos e muitos outros dias dos pais que ainda se celebrarão na companhia do homenageado. E, na seqüência de tributos que lhe serão prestados, consentirão que fique na sala até a hora do "Sai de baixo", pois normalmente é forçado a ir dormir depois do "Fantástico", não só porque o médico aconselhou, como porque, e principalmente, a velha (que fuma e dorme na hora em que quer) tem ciúme das pernas da Marisa Orth.

Quanto às ganas de pisotear e jogar no vaso o celularzinho indecifrável que lhe deram, passam logo no dia seguinte e ele dá o celular ao neto, o que, aliás, era o verdadeiro objetivo do presente.

Sejamos igualmente solidários para com os pais separados. Normalmente, domingo já é dia de pai separado sair com os filhos, a maior parte comendo apaixonadamente pizza fria e indo a lugares de cuja existência jamais tomaria conhecimento, se não fosse pai separado.

Pai junto pode bocejar e dizer ao moleque que vá pastar, vá surfar ou vá para um quarto acusticamente isolado, caprichar no progresso de sua surdez heavy metal. Mas pai separado tem gravíssimos encargos, notadamente se se filia à escola entusiástico-companheirona, que implica risos alvares, gritos de "vamos lá, filhão!", trajes grotescos, músculos e juntas aos frangalhos, papos de homem para homem em que o homem acaba sendo o filho e pedidos gaguejantes a senhoras desconhecidas, para que levem a filha ao banheiro feminino. Para não falar nos presentes, todos escolhidos a dedo pela ex-mulher entre tudo o que ele não gosta, preferivelmente algo que o presenteador exija que ele use na hora, como um par de óculos escuros de boiola e um walkman vermelho e azul, do tamanho e peso de uma bateria de automóvel.

Os prejuízos para as finanças familiares são às vezes consideráveis. Um amigo meu festejou durante um mês a excursão à Europa, para ele e a patroa (sozinho não tem graça e, embora tenha tido que passar a maior parte do tempo em lojas e ouvindo comentários sobre como Florença realmente é uma bela cidade, mas enche o saco logo e o comércio é péssimo, não chega aos pés de Miami, conseguiu, afinal, viajar para fora do país), para em seguida descobrir a chegada dos carnês de pagamento da agência de turismo, todos em seu nome, é claro. Claro, sim, ele tinha dinheiro guardado, a vida é curta, por que se privar de um sonho só para conservar os trocados da velhice? E ele não reclamou, tem umas duas músicas compostas e vai ver se descola uma vaga no Retiro dos Artistas.

De minha parte, sofro grandes sobressaltos com os anúncios de televisão, principalmente os dos aparelhos de ginástica (venho murchando a barriga com afinco desde que me lembraram a chegada do dia de hoje, espero escapar) e, nas raras vezes em que o controle está sob meu controle, mudo de canal. Mas é a velha paranóia, na verdade não tenho muito o que temer. Vou ganhar uma bermuda e um par de sandálias, se bem que minhas camisas de ir à Academia "estão uma vergonha" e talvez eu receba novos instrumentos de estrangulamento parcelado. Nada como a alegria do Dia dos Pais. Pelo menos quando se é dono de shopping ou churrascaria, imagino eu.


Texto extraído do livro “O Conselheiro Come” Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro, 2000, pág. 163

06/07/2014

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No  dia 6 de julho de 1907,  nascia  no  México,  FRIDA KAHLO, 


sua maior artista.






Na pesquisa elaborada pelo  Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT), ficou constatado que Frida é uma das mulheres mais conhecidas no mundo. 


























01/07/2014

Link da publicação original:  http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/06/ig_paulista/186320-fortaleza-da-barra-grande-vira-museu.html

Fortaleza da Barra Grande vira museu em Guarujá

iG Paulista - 30/06/2014 - 13h24 | 
Alcione Herzog | igpaulista@rac.com.br
Solenidade integrou as comemorações dos 80 Anos de emancipação de Guarujá
Foto: Alcione Herzog
Solenidade integrou as comemorações dos 80 Anos de emancipação de Guarujá
A prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito, assinou na manhã desta segunda-feira (30), a lei que institui a criação do Museu Histórico da Fortaleza da Barra Grande. A solenidade integrou as comemorações dos 80 Anos de Emancipação Político-Administrativa da Cidade.

O patrimônio histórico, localizado em Santa Cruz dos Navegantes, é um dos principais pontos turísticos de Guarujá.

Meta

Com a assinatura, a Administração Municipal terá como meta para o próximo ano é reunir todas as peças arqueológicas encontradas na Fortaleza e seu entorno. Para isso, será assinado um termo de cooperação técnica entre a Secretaria de Cultura e uma empresa especializada para o serviço de prospecção superficial e subaquática.
 
“O resultado desta prospecção passará imediatamente a compor o acervo permanente do museu”, explicou a diretora de Patrimônio Histórico Cultural e Arquitetônico. 

A Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande foi reconhecida como museu histórico pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e pelo Sistema Estadual de Museus (Sisem) no final de 2013. 

“O patrimônio é para todos, tanto para o morador quanto para o turista. É uma referência da nossa identidade. A comunidade tem que se envolver, identificar o museu como patrimônio, como um retrato que conta a sua história”, disse a prefeita. 

Atualmente, a Prefeitura, por meio da secretaria de Cultura, está em tratativa com institutos, empresas e pesquisadores para instituir termos, parcerias para realização do projeto de arqueologia e conservação da Fortaleza.

História

Construída em 1584, a Fortaleza está completando 430 anos. Trata-se de um monumento histórico-militar erguido durante o domínio espanhol. Foi desativada em 1905, após 312 anos de atividade na defesa de Santos.

Desocupada totalmente na década de 70, ela passou por um longo período de abandono, sendo restaurada em 1992. Em 1993, passou a ser administrada pela Universidade Católica de Santos e, em agosto de 2012, pela Prefeitura.