27/09/2011

Unisanta é sede do I Encontro de Blogueiros Progressistas da Baixada Santista, 8/10

Unisanta é sede do I Encontro de Blogueiros Progressistas da Baixada Santista, 8/10
Publicado em 22/09/2011 às 16h41 no
Por Bruna Corralo - Colaboradora

A Universidade Santa Cecília (Unisanta) será sede do I Encontro de Blogueiros Progressistas da Baixada Santista. O evento conta com a presença de blogueiros, tuiteiros, comunicadores e parlamentares. O encontro será realizado no sábado, 8/10, das 8h às 18h, no Consistório da Universidade, localizado a Rua Oswaldo Cruz, 277, Boqueirão, Santos.
Dentre os temas a serem debatidos estão Liberdade de Expressão, o Plano Nacional de Banda Larga e as redes sociais. O evento é organizado pelos blogueiros Progressistas de SP e pela Comissão Regional, formada por Andréia Lamaison, Marco Antonio de Lima, Kátia Figueira e Marcos Simões.
Programação:
08h- Café da manhã
09h –Abertura do evento- Comissão e convidados
10h- Debate: “ Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação com Participação Popular”
Debatedores: Deputada Luiza Erundina, Deputado Antonio Mentor, Deputada Telma de Souza, Prefeita do Guarujá, Maria Antonieta, e o Vereador Pedro Gouvea.
Mediadores: Emerson dos Santos e Vander Fagundes.
12h – Almoço
14h- Debate: Plano Nacional de Banda Larga, Lei dos Meios de Comunicação, AI5 digital, Marco Civil da Internet.
Debatedores: Blogueiros – Renato Rovai, Eduardo Guimarães, Altamiro Borges, Luis Nassif e o Pastor Marcos Dornell .
Mediadores: Marco Antonio de Lima (Limarco) e Sérgio Telles
16h- “As Redes Sociais como ferramenta de mobilização social. A importância do ativismo digital”
Debatedores: Pedro Custódio, representante da Central Única das Favelas (CUFA), Igor Felipe do MST, João Carlos Camará, da Ong Camará, Rafael Ambrósio da Ong Ambient, João Gabriel, da Ong CAC e Francisco Nogueira da Fundação Settaport.
Mediadores: Andréia Lamaison e Daniela Origuella.
As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas, gratuitamente, pelo blog http://encontrosp.blogspot.com/.

20/09/2011

Programação do I Encontro de Blogueiros Progressistas da Baixada Santista




Programação do I Encontro de Blogueiros Progressistas da Baixada Santista





Data: 08 de outubro de 2011 (Sábado)
Local: Consistório da Universidade Santa Cecília
Endereço: Rua Oswaldo Cruz, 277- Boqueirão –Santos-SP
Horário: das 08:00 às 18:00 horas

Programação 


08:00- Café da manhã-  cortesia da Comissão Regional.

09:00 –Abertura do evento- Prefeitos, vereadores e comissão.

10:00- Debate: “ Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação com Participação Popular”


Debatedores: * Deputada Luiza Erundina (à confirmar) , Deputado Antonio Mentor (confirmados) * Deputada Telma de Souza ( à confirmar ) Prefeita Maria Antonieta ( Guarujá) Vereador Pedro Gouvea - São Vicente


Mediadores: Emerson dos Santos e Vander Fagundes.


12:00 – Almoço


14:00- Debate: “ Plano Nacional de Banda Larga, Lei dos meios de Comunicação, AI5 digital, Marco Civil da Internet.


Debatedores: Blogueiros  - Conceição Oliveira (Maria_Frô), Renato Rovai, Eduardo Guimarães, Altamiro Borges, Luis Nassif (confirmados), Pastor Marcos Dornell (blogsat).


Mediadores: Marco Antonio de Lima (Limarco) e Sérgio Telles


16:00- “As Redes Sociais como ferramenta de mobilização social. A importância do ativismo digital”


Debatedores: Pedro Custódio (Cufa), Igor Felipe do (MST) , João Carlos Camará (Ong Camará), Rafael Ambrósio (Ong Ambienta), João Gabriel ( Ong CAC), Francisco Nogueira (Fundação Settaport).

Mediadores: Andréia Lamaison e Daniela Origuella.


Nota: Nomes marcados com  * faltam confirmar presença.

Organização: Blogueiros Progressistas de SP e Comissão Regional: Andréia Lamaison (@lamaisonandreia) , Marco Antonio de Lima (@limarco), Kátia Figueira (@katytasv), Marcos Simões (@marcosjornpercu) .

Apoio: Prefeitura do Guarujá, Fundação Settaport, SINDPT e CGTB Nacional, CUT , TV Linha Direta, MAVPTSP, SEEL

18/09/2011

A Caixa Econômica Federal, a política do branqueamento e a poupança dos escravos, por Ana Maria Gonçalves

A Caixa Econômica Federal, a política do branqueamento e a poupança dos escravos, por Ana Maria Gonçalves

São tanto mais de admirar e até de maravilhar essas qualidades de medida, de tato, de bom gosto, em suma de elegância, na vida e na arte de Machado de Assis, que elas são justamente as mais alheias ao nosso gênio nacional e, muito particularmente, aos mestiços como ele. [...]. Mulato, foi de fato um grego da melhor época, pelo seu profundo senso de beleza, pela harmonia de sua vida, pela euritmia da sua obra.”

O trecho acima é de um artigo do jornalista, professor, crítico e historiador literário José Veríssimo, em artigo no Jornal do Comércio, um mês depois da morte de Machado. Causou espanto em muita gente, inclusive em Joaquim Nabuco, que lhe enviou uma carta: “Seu artigo no jornal está belíssimo, mas essa frase causou-me arrepio: ‘Mulato, foi de fato um grego da melhor época’. Eu não teria chamado o Machado mulato [itálico no original] e penso que nada lhe doeria mais do que essa síntese. Rogo-lhe que tire isso quando reduzir os artigos a páginas permanentes. A palavra não é literária e é pejorativa, basta ver-lhe a etimologia. O Machado para mim era um branco, e creio que por tal se tornava [sic]; quando houvesse sangue estranho, isso em nada afetava a sua perfeita caracterização caucásica. Eu pelo menos só vi nele o grego. O nosso pobre amigo, tão sensível, preferiria o esquecimento à glória com a devassa sobre suas origens”. É interessante perceber que o que causa espanto a Nabuco é Veríssimo ter chamado Machado de mulato, e não ter dito que as qualidades de medida, tato, bom gosto e elegância, na vida e na arte, eram alheias aos mestiços como ele, um neto de escravos. Pensamento condizente com um governo brasileiro que discutia a nossa condenação ao atraso e à pobreza de espírito, adquirida via mestiçagem. A solução seria tentar reproduzir, nos trópicos, a pureza de sangue europeia, sonho de consumo antigo das elites portuguesa, na época do Brasil colônia, e brasileira, pelo que parece, até os dias atuais.

A ideia de embranquecimentos dos brasileiros é antiga, e muitos eram abolicionistas não por questões humanitárias, mas porque acreditavam ser necessário estancar o quanto antes a introdução de sangue negro entre os nacionais. Em um ensaio publicado em Lisboa, em 1821, o médico e filósofo Francisco Soares Filho aponta a heterogeneidade do Brasil como o grande empecilho para o país se tornar um Estado Moderno: “Hum povo composto de diversos povos não he rigorosamente uma Nação; he um mixto de incoherente e fraco”. O livro de Andreas Hofbauer, Uma história do branqueamento ou o negro em questão, transcreve vários trechos do artigo de Francisco Soares Filho, “Ensaio sobre os melhoramentos de Portugal e do Brasil”, entre os quais destaco o que fala da necessidade e das vantagens de se promover a miscigenação controlada:

Os africanos, sendo muito numerosos no Brasil, os seus mistiços o são igualmente; nestes se deve fundar outra nova origem para a casta branca. (…) Os mistiços conservarão só metade, ou menos, do cunho Africano; sua côr he menos preta, os cabellos menos crespos e lanudos, os beiços e nariz menos grossos e chatos, etc. Se elles se unem depois à casta branca, os segundos mistiços tem já menos da côr baça, etc. Se inda a terceira geração se faz com branca, o cunho Africano perde-se totalmente, e a côr he a mesma que a dos brancos; às vezes inda mais clara; só nos cabellos he que se divisa huma leve disposição para se encresparem. (…) E deste modo teremos outra grande origem de augmento da população dos brancos, e quasi extinção dos pretos e mistiços desta parte do Mundo; pelo menos serão tão poucos que não entrarão em conta alguma nas considerações do Legislador.”

Hofbauer também cita o artigo de António d’Oliva de Souza Sequeira, “Addição ao projeto para o estabelecimento politico do reino-unido de Portugal, Brasil e Algarves”, de 1821, no qual, além de reforçar as ideias do benefício da mestiçagem de seu conterrâneo, aponta a necessidade de promover a imigração: “Como o Brasil deve ser povoado da raça branca, não se concederão benefícios de qualidade alguma aos pretos, que queirão vir habitar no paiz. (…) E como havendo mistura da raça preta com a branca, (…) terá o Brasil, em menos de 100 annos todos os seus habitantes da raça branca. (…) Havendo casamentos de brancos com indígenas, acabará a côr cobre; e se quizerem apressar a extinção das duas raças, estabeleção-se premios aos brancos, que se casarem com pretas, ou indígenas na primeira e segunda geração: advertindo, que se devem riscar os nomes de “mulato, crioulo, cabôco” e “indígena”; estes nomes fazem resentir odios, e ainda tem seus ressaibos de escravidão (…) sejão todos ‘Portuguezes!”.

(Um breve parênteses: não sei se sou apenas eu que consigo ver semelhanças entre o discurso acima, de 1821, com o de “esqueçamos isso de brancos, negros, amarelos etc… somos todos Brasileiros!”, muito comumente encontrados em artigos de Ali Kamel, Demétrio Magnoli e Yvonne Maggie, por exemplo, apoiados pelo requentamento da teoria da mestiçagem, feito por Gilberto Freyre.)

A ideia de que, em 100 anos, os brasileiros seriam todos brancos, foi atualizada em 1911 por João Batista Lacerda, diretor do Museu Nacional. Nessa época o cientificismo já tinha biologizado o conceito de raça, e o racismo brasileiro se dividia entre duas correntes de pensamento. A segregacionista, que dizia que a mestiçagem já nos tinha posto a perder e que nunca seríamos uma nação desenvolvida; e a assimilacionista, que apostava na salvação através do processo de branqueamento, com imigrantes europeus. Apostando sempre no seu povo, essa última tornou-se a posição oficial do governo brasileiro, que tentava vender, no exterior, a ideia de um país com grande futuro à espera dos europeus; ou à espera de europeus, para ser mais exata. Participávamos de feiras e congressos internacionais, disputando imigrantes com Argentina, Chile e Estados Unidos, e o discurso de Lacerda, representante brasileiro no I Congresso Universal de Raças, em Londres, tenta aplacar o medo dos europeus de compartilharem o Brasil com uma raça inferior: “(…) no Brasil já se viram filhos de métis (mestiços) apresentarem, na terceira geração, todos os caracteres físicos da raça branca [...]. Alguns retêm uns poucos traços da sua ascendência negra por influência dos atavismos(…) mas a influência da seleção sexual (…) tende a neutralizar a do atavismo, e remover dos descendentes dos métis todos os traços da raça negra(…) Em virtude desse processo de redução étnica, é lógico esperar que no curso de mais um século os métis tenham desaparecido do Brasil. Isso coincidirá com a extinção paralela da raça negra em nosso meio“.

A elite intelectual brasileira, formada por literatos, políticos, cientistas e empresários, indignada com as declarações do diretor do Museu Nacional, foi debater nos jornais e revistas. Alguns clamavam que 100 anos era um absurdo de tempo, que o apagamento do . . .

Leia na íntegra : A política do branqueamento

17/09/2011

10 mentiras de Veja sobre o voto distrital - Portal Vermelho

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Ex-presidiário escolhido pelo Jornal Nacional para atacar Dilma em 2010, pede desculpas ao PT

Ex-presidiário escolhido pelo Jornal Nacional para atacar Dilma em 2010, pede desculpas ao PT

Entenda a Marcha contra a Corrupção

Muito elucidativa a matéria postada no Blog Curso Básico de Jornalismo Manipulativo. Não que sejamos a favor da corrupção, porém sou contra quem quer formar a "opinião publica" com ângulos obtusos. Cansei dessa turma de "arautos da moralidade" . Publicam só o que lhes interessa, isso é, o que interessa aos seus patrões, que vivem recebendo bene$$es em todos os níveis de governo. Quando você ouve um elogiou a um herdeiro de concessionário de sesmaria, que brada contra a corrupção, peço a exemplo do humorista: "me tirem o tubo" . 




 Leiam a matéria: 


Para entender a Marcha contra a corrupção.

* * * * *
O blogueiro da “Veja”, Reinaldo Azevedo, comemorando a adesão ao seu lema pelos participantes da marcha:
* * * * *
A confusão procede: uma ação mais incisiva contra a corrupção poderia chegar a setores nada recomendáveis. Mesmo a aparentemente inócua (para o “nosso lado”) CPI da Corrupção, apoiada por eminentes oposicionistas, …
… poderia ser desvirtuada pela convocação de notórios corruptores, colocando em risco alguns dos principais financiadores do “nosso lado”.
Vamos, então, aos esclarecimentos necessários.
Primeiro, consideramos infeliz a escolha do nome “Marcha”. Civil não faz marcha: faz passeata. A palavra “marcha” lembra um tempo que a maioria da população preferiria esquecer, embora muitos dos nossos colegas sonhem com a volta dos valores e das práticas daquela época sombria.
Segundo, precisamos explicar por que uma marcha contra a corrupção feita em São Paulo não trouxe nenhuma lembrança dos mais notórios casos de corrupção verificados naquela cidade e naquele Estado – a saber, nenhuma faixa sobre:
. O escândalo internacional da Alstom.
. O caso do Rouboanel (denominação criada pelos próprios paulistanos).
. Os postos de arrecadação política dos pedágios.
. As fraudes comprovadas na construção das linhas do metrô.
. A famosa Cratera do Metrô.
. O Caso Paulo Preto.
. Os casos dos parentes do governador Alckmin.
. O aparelhamento de órgãos estatais com políticos do PSDB e do DEM derrotados em outros Estados.
E muitos outros mais.
A explicação é simples. Para todo o Brasil, São Paulo é o símbolo nacional da impunidade, na luta contra a corrupção. Tanto a Câmara Municipal quanto a Assembleia Estadual barram, por ordem do Executivo, qualquer tentativa de apuração de irregularidades e de desvio de verbas.
No Estado, governado pelo PSDB desde 1995, nenhuma CPI investigativa foi instaurada pelos legisladores. Mais de 70 pedidos de investigação repousam nas lixeiras da Casa.
Em nossas marchas, você jamais verá um cartaz desses tendo São Paulo como alvo.
(E se você estranhou a presença de faixas contra o prefeito Gilberto Kassab na Marcha, e também a denúncia do “Estado de S. Paulo” sobre uma concorrência fraudada, feita no dia seguinte, saiba que o prefeito se tornou um inimigo político de José Serra. A crítica, antes proibida, agora está liberada.)
Em São Paulo nada se investiga, nada se pune. Não faria sentido o “nosso lado” apoiar uma marcha que fizesse denúncias contra nossos mais ilustres políticos. Nesse Estado e em todo o País, o foco deve ser o mesmo de sempre: o Governo Federal e os políticos do grupo que substituiu nosso grupo de aliados em Brasília.
Terceiro, façamos uma breve e didática análise do processo da corrupção para que você entenda o sentido desse movimento em nossa luta pelo poder.
O processo da corrupção
A corrupção é um processo, e como todo processo ela se desenvolve por fases. Didaticamente, a prática desse processo desenvolve-se deste modo.
1. A intenção de corromper.
Alguém tem a ideia de lucrar, de maneira ilícita, com uma oportunidade: um amigo bem colocado na estrutura do poder, uma concorrência pública, uma verba recém-aprovada. No processo, esta é a fase “Luzinha acesa sobre a cabeça”.
2. A iniciativa de corromper.
Essa pessoa (ou esse grupo empresarial, como uma empreiteira, um banco, uma holding) toma a iniciativa de buscar ativamente esse benefício. A corrupção deixa de ser subjetiva e passa ao plano objetivo, da realidade, do comportamento. No processo, esta é a fase “Tô chegando”.
3. A proposta de corrupção.
O agente da corrupção faz a proposta à pessoa certa, diretamente ou, na maoria dos casos, por meio de um representante. Essa é a função clássica dos lobistas, profissionais especializados em cor… convencer uma outra pessoa sobre as vantagens mútuas de um negócio ilícito. No processo, esta é a fase “Vamos lucrar?”.
Você já pensou por que quase não se encontram reportagens sobre lobistas na imprensa, essa categoria de profissionais sombrios que infesta as casas legislativas e que promove animadas festas noturnas nas quais…? Bem, você sabe.
4. A aceitação da proposta.
O alvo do corruptor aceita a proposta. No processo, esta é a fase “Oba!”.
5. O fechamento do trato.
As duas partes chegam a um acordo, mutuamente benéfico. No processo, esta é a fase “Unidos venceremos”.
6. O primeiro pagamento.
Em certos casos, um primeiro pagamento consolida o acordo e garante ao corrupto um ganho concreto, mesmo que o resultado futuro não seja o pretendido por ambas as partes. No processo, esta é a fase “Te paguei em confiança. Olha lá, heim?”.
7. O cumprimento do acordo.
O corrupto cumpre o acordo: o negócio ilícito é afinal realizado. Um benefício é concedido a uma pessoa ou empresa, uma concorrência é fraudada, uma verba é destinada a quem não a merece. No processo, esta é a fase “Gostou do resultado?”.
8. O pagamento final.
O corruptor, que tinha iniciado o processo, põe um termo a ele ao fazer o pagamento do serviço prestado. No processo, esta é a fase “Unidos, vencemos”.
Repare como esse processo serve para mapear até mesmo uma corrupção em escala menor, como o suborno de um guarda: pego numa blitz, o motorista tem ideia de sair-se da enrascada sem pagar a vultosa multa (1), engata uma conversa inicialmente cautelosa (2) e, percebendo a receptividade do guarda, faz a proposta (3): uma cerveja caprichada, e estamos conversados. O policial aceita a proposta (4), os dois combinam como o pagamento será feito (5), este é realizado (6-8), e o policial cumpre o acordo de não multar o infrator, em troca de um benefício ilegal (7).
Qualquer análise racional descobrirá o óbvio: o corruptor está no início, no meio e no fim do processo. Sem ele, não existiria corrupção. É ele quem toma a iniciativa de corromper, e é ele quem tem o recurso mais valioso na negociação (o dinheiro), quem estabelece as bases da proposta e quem faz o pagamento que concretiza a corrupção.
A lei reconhece essa verdade simples ao denominar os crimes como corrupção ativa (o crime do agente, do corruptor) e corrupção passiva (o crime do corrompido, daquele que aceita participar do esquema ilícito).
Reza o ditado: “Corruptos são ervilhas; corruptores são pérolas”. De um lado, uma multidão disponível e barata; do outro, poucos endinheirados. Corruptos são substituíveis: se determinado alvo faz jogo duro, cisma de ser honesto, recusa-se a aceitar propostas mutuamente vantajosas, basta uma campanha pela imprensa, um lobby num Ministério, ou mesmo uma ação mais radical, como o assassinato, e está resolvido o problema eventual. Uma autoridade mais compreensiva assume a função, e segue o jogo.
Um exemplo: há poucos anos, no Rio de Janeiro, vários responsáveis pela compra de medicamentos para os hospitais públicos foram alvos de atentado por se recusarem a fazer o jogo das empresas.
Já os corruptores são poucos e poderosos.
Portanto, um movimento inteligente de combate à corrupção focaria em três medidas básicas:
1. Ataque à causa do problema, ou seja, à fonte da corrupção: o corruptor.
2. Redação de leis inteligentes e ágeis, em que as penas fossem proporcionais à responsabilidade: no caso, uma pena bem maior para o corruptor.
3. Punições adicionais que atingissem o “bolso” do corruptor.
Por exemplo, após a condenação, a proibição de realizar, durante 10 anos, outro negócio com o Estado.
No âmbito psicossocial, esse movimento lutaria por uma cena de impacto: a foto da prisão de um corruptor. Uma situação capaz de assustar toda a cadeia (opa!) da corrupção.
Tenho certeza de que você se lembrará de uma foto semelhante, que marcou uma operação da Polícia Federal, há alguns anos (e ele foi algemado, ainda por cima…), como também se lembrará da reação imediata e surpreendente das “altas esferas” que tornou impossível repetir esse procedimento humilhante contra notórios corruptores.
Você já deve ter reparado que os interessados na continuidade do processo da corrupção e na continuidade dos benefícios financeiros, políticos e sociais advindos desse processo intuem a importância primordial de proteger, a qualquer custo, o agente da corrupção: ele é a galinha dos ovos de ouro (e dos relógios, canetas e barras de ouro, das notas verdinhas etc.).
Que fiquem em paz os maiores financiadores da mídia, da política e da advocacia.
Essa atividade de proteção, quando assumida por quem fiscaliza as ações dos homens públicos (os legisladores e a mídia), gera a situação de impunidade. Ou seja, paradoxalmente, a atividade de proteção se manifesta pela inatividade ante a ação criminosa. Basta isso.
Nossa posição quanto ao movimento
Agora você entende por que a nossa Equipe jamais apoirá uma passeata que tenha como alvo a causa da corrupção. Porque, se ela for bem-sucedida em seus desdobramentos, esse sucesso representará um ataque a alguns dos principais anunciantes da mídia, além de colocá-la na constrangedora obrigação de fazer matérias policiais contra eles, e de impor um silêncio suspeito ou uma defesa insustentável dos corruptores aos nossos colunistas.
Essa situação significará também o fim da irrigação dos bolsos dos nossos aliados políticos.
Apoiamos, assim como os principais órgãos da mídia nacional, marchas, passeatas e campanhas que associem a corrupção ao “outro lado”, visando desgastar os atuais ocupantes do Governo Federal. E só.
Apoiamos também a posição de nossos aliados do PSDB em São Paulo: “CPI contra a corrupção em nosso quintal, jamais!” Um partido que dá 16 anos de garantia de impunidade a seus financiadores cria um ambiente ideal para o fluxo de recursos, das mãos de quem os tem para as de quem precisa tê-los.
Outro ponto importante: este movimento possui duas vias, uma negativa e outra positiva. Na via negativa, a do “combate” à corrupção, procuramos desgastar nossos inimigos políticos: é a via ladeira abaixo. Na via positiva, a do voto distrital, procuramos criar um caminho para a volta dos nossos aliados ao poder: é a via ladeira acima.
Você já deve ter reparado na identidade entre os atores políticos: aqueles que estão à frente do “combate” à corrupção são os mesmos que defendem o voto distrital.
* * * * *
Acima, imagem do blogue de Reinaldo Azevedo. Abaixo, imagem do site oficial da campanha (Eu Voto Distrital, antes pertencente à Associação Comercial de São Paulo, e, depois de denúncia de desocupados na Web, transferido para Luiz Felipe Charles d’Ávila):