26/07/2014

Ubaldo



Eu estava no meu pouco tempo de folga buscando fazer um email de homenagem ao Pablo Neruda, que teria feito 110 anos no ultimo dia 12 de julho.
Ainda nao tinha conseguido terminar, quando veio a noticia desta perda enorme do João Ubaldo Ribeiro, que vocês já sabem o tanto que eu sou fã.

Numa entrevista recente, ele havia dito não temer a velhice, nem a morte. “quem não morre fica velho. Depois de certa idade, esse negócio de mortalidade fica complicado". Prá ele podia estar bem resolvido, mas prá gente é uma pena e uma perda.
Ler João Ubaldo era um dos meus programas prediletos nos domingos, mesmo nem sempre concordando com ele, especialmente se o tema era política. Mas a inteligência do texto compensava a divergência de opinião. Neste período da copa ele foi um dos que mais trouxe coisas legais para refletir (e especialmente engraçadas). Aliás, fiquei sabendo que na final da copa, como eu, ele torceu pela Alemanha (já que perdemos, que seja para o campeão), com a justificativa que tinha um neto alemão (neto que segundo ele chorava em português e alemão! rs).
O fato é que fiquei tão impactada com a perda que mudei o assunto do meu email pro João Ubaldo.
Gosto muito dos seus romances, mas romance não dá pra ser lido assim, rapidinho. Então pra homenageá-lo, neste momento triste, escolhi trazer pra dividir com vocês a alegria dele - uma de suas marcas. Escolhi algumas das minhas crônicas preferidas, todas com a marca do seu humor ferino: 
Alegrias da Paternidade, onde ele fala do consumismo associado às datas comemorativas e diz (e Ortega dá toda razão a ele) que "inventaram esse negócio de Dia dos Pais, Dia das Mães, Dia dos Namorados e assemelhados com o exclusivo propósito de atanazar o juízo do grupo, numeroso porém desprezado, em que me integro, ou seja, o dos que acham essas datas apenas ocasiões para exercícios de sadomasoquismo e solapamento da já combalida estrutura familiar”; e
O Verbo For na qual (a propósito do vestibular) ele começa com uma autogozacao: "Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas."
Pra finalizar, coloquei a ultima crônica que ele escreveu, com uma abordagem critica e engraçada da aplicação da Lei da Palmada, onde ele diz que do jeito que a coisa vai,
Espero que vocês gostem da seleção e sintonizem na vibração destas homenagens tão merecidas:  VIVA JOÃO UBALDO E VIVA O POVO BRASILEIRO !


Tássia Regino



PS: Quando estava concluindo este texto vejo a noticia da morte de Rubem Alves, outra pena de primeira. Um grande escritor, mas essencialmente um educador, ele dizia que "a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. "
Estes dias, a terra ficou mais pobre e o céu mais rico. Acho que Deus está organizando uma Festival de Cultura: alem deles, Ivan Junqueira, Nadine Gordimer, Johnny Winter, Vange Leonel, Tommy Ramonne. Agradecimentos pelo que nos proporcionaram


ALEGRIAS DA PATERNIDADE

João Ubaldo Ribeiro


Tenho certeza de que inventaram esse negócio de Dia dos Pais, Dia das Mães, Dia dos Namorados e assemelhados com o exclusivo propósito de atanazar o juízo do grupo, numeroso porém desprezado, em que me integro, ou seja, o dos que acham essas datas apenas ocasiões para exercícios de sadomasoquismo e solapamento da já combalida estrutura familiar. Sei de dezenas e dezenas de namoros acabados e casamentos atormentados porque um infeliz se esqueceu de uma dessas datas. (As infelizes, curiosamente, não costumam esquecer-se — deve ser algum golpe delas; está fora da moda, mas mandam os antigos não menosprezar o Eterno Feminino, os antigos sabiam das coisas.) Eu mesmo só lembrei que hoje é Dia dos Pais (escrevo com cruel antecedência, é bom sempre observar) porque andei folheando uma agenda.

Queridos confrades, pais, que nos espera hoje? As possibilidades são infindas, mas há categorias em que a maior parte pode ser enquadrada, sob diversos critérios. Penso primeiro (dei muito para pensar em velho ultimamente, bandeira grande) nos avôs, que, como as avós, reúnem todas as forças para não meter a mão na cara do centésimo sujeito que o chama de "pai duas vezes", achando que está fazendo um comentário original e engraçadíssimo. E, claro, com heróicas e escassíssimas exceções, os dessa faixa já chegaram ao doloroso estágio em que todo mundo manda, menos eles, e muito menos neles mesmos.

— Vô, vamos almoçar fora em sua homenagem. Aonde o senhor quer ir?

— A uma churrascaria. Uma churrascariazinha, há muito tempo que não vou.

— Churrascaria? Mas nunca! O senhor já se esqueceu do colesterol, esqueceu a angioplastia? O senhor não se quer bem, mas nós queremos bem ao senhor!

— Então por que perguntam?

— É porque hoje é seu dia, paizão, é tudo para seu bem-estar e felicidade.

Claro, vão levá-lo ao restaurante de não-fumantes em que servem saladas de aspecto malevolente e onde vão deixar — fantástica colher de chá, tudo para a felicidade dele — que ele tome um copinho de vinho, daquele branco doce que a Eulália, sua nora mais carinhosa, adora. E virão os brindes, todos sublinhando, com inquietante ênfase numa convicção obviamente falsa, os muitos e muitos outros dias dos pais que ainda se celebrarão na companhia do homenageado. E, na seqüência de tributos que lhe serão prestados, consentirão que fique na sala até a hora do "Sai de baixo", pois normalmente é forçado a ir dormir depois do "Fantástico", não só porque o médico aconselhou, como porque, e principalmente, a velha (que fuma e dorme na hora em que quer) tem ciúme das pernas da Marisa Orth.

Quanto às ganas de pisotear e jogar no vaso o celularzinho indecifrável que lhe deram, passam logo no dia seguinte e ele dá o celular ao neto, o que, aliás, era o verdadeiro objetivo do presente.

Sejamos igualmente solidários para com os pais separados. Normalmente, domingo já é dia de pai separado sair com os filhos, a maior parte comendo apaixonadamente pizza fria e indo a lugares de cuja existência jamais tomaria conhecimento, se não fosse pai separado.

Pai junto pode bocejar e dizer ao moleque que vá pastar, vá surfar ou vá para um quarto acusticamente isolado, caprichar no progresso de sua surdez heavy metal. Mas pai separado tem gravíssimos encargos, notadamente se se filia à escola entusiástico-companheirona, que implica risos alvares, gritos de "vamos lá, filhão!", trajes grotescos, músculos e juntas aos frangalhos, papos de homem para homem em que o homem acaba sendo o filho e pedidos gaguejantes a senhoras desconhecidas, para que levem a filha ao banheiro feminino. Para não falar nos presentes, todos escolhidos a dedo pela ex-mulher entre tudo o que ele não gosta, preferivelmente algo que o presenteador exija que ele use na hora, como um par de óculos escuros de boiola e um walkman vermelho e azul, do tamanho e peso de uma bateria de automóvel.

Os prejuízos para as finanças familiares são às vezes consideráveis. Um amigo meu festejou durante um mês a excursão à Europa, para ele e a patroa (sozinho não tem graça e, embora tenha tido que passar a maior parte do tempo em lojas e ouvindo comentários sobre como Florença realmente é uma bela cidade, mas enche o saco logo e o comércio é péssimo, não chega aos pés de Miami, conseguiu, afinal, viajar para fora do país), para em seguida descobrir a chegada dos carnês de pagamento da agência de turismo, todos em seu nome, é claro. Claro, sim, ele tinha dinheiro guardado, a vida é curta, por que se privar de um sonho só para conservar os trocados da velhice? E ele não reclamou, tem umas duas músicas compostas e vai ver se descola uma vaga no Retiro dos Artistas.

De minha parte, sofro grandes sobressaltos com os anúncios de televisão, principalmente os dos aparelhos de ginástica (venho murchando a barriga com afinco desde que me lembraram a chegada do dia de hoje, espero escapar) e, nas raras vezes em que o controle está sob meu controle, mudo de canal. Mas é a velha paranóia, na verdade não tenho muito o que temer. Vou ganhar uma bermuda e um par de sandálias, se bem que minhas camisas de ir à Academia "estão uma vergonha" e talvez eu receba novos instrumentos de estrangulamento parcelado. Nada como a alegria do Dia dos Pais. Pelo menos quando se é dono de shopping ou churrascaria, imagino eu.


Texto extraído do livro “O Conselheiro Come” Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro, 2000, pág. 163

06/07/2014

O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,curitiba-recebe-frida-kahlo-em-fotografias,1139564O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,curitiba-recebe-frida-kahlo-em-fotografias,1139564O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,curitiba-recebe-frida-kahlo-em-fotografias,1139564O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:No

No  dia 6 de julho de 1907,  nascia  no  México,  FRIDA KAHLO, 


sua maior artista.






Na pesquisa elaborada pelo  Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT), ficou constatado que Frida é uma das mulheres mais conhecidas no mundo. 


























01/07/2014

Link da publicação original:  http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/06/ig_paulista/186320-fortaleza-da-barra-grande-vira-museu.html

Fortaleza da Barra Grande vira museu em Guarujá

iG Paulista - 30/06/2014 - 13h24 | 
Alcione Herzog | igpaulista@rac.com.br
Solenidade integrou as comemorações dos 80 Anos de emancipação de Guarujá
Foto: Alcione Herzog
Solenidade integrou as comemorações dos 80 Anos de emancipação de Guarujá
A prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito, assinou na manhã desta segunda-feira (30), a lei que institui a criação do Museu Histórico da Fortaleza da Barra Grande. A solenidade integrou as comemorações dos 80 Anos de Emancipação Político-Administrativa da Cidade.

O patrimônio histórico, localizado em Santa Cruz dos Navegantes, é um dos principais pontos turísticos de Guarujá.

Meta

Com a assinatura, a Administração Municipal terá como meta para o próximo ano é reunir todas as peças arqueológicas encontradas na Fortaleza e seu entorno. Para isso, será assinado um termo de cooperação técnica entre a Secretaria de Cultura e uma empresa especializada para o serviço de prospecção superficial e subaquática.
 
“O resultado desta prospecção passará imediatamente a compor o acervo permanente do museu”, explicou a diretora de Patrimônio Histórico Cultural e Arquitetônico. 

A Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande foi reconhecida como museu histórico pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e pelo Sistema Estadual de Museus (Sisem) no final de 2013. 

“O patrimônio é para todos, tanto para o morador quanto para o turista. É uma referência da nossa identidade. A comunidade tem que se envolver, identificar o museu como patrimônio, como um retrato que conta a sua história”, disse a prefeita. 

Atualmente, a Prefeitura, por meio da secretaria de Cultura, está em tratativa com institutos, empresas e pesquisadores para instituir termos, parcerias para realização do projeto de arqueologia e conservação da Fortaleza.

História

Construída em 1584, a Fortaleza está completando 430 anos. Trata-se de um monumento histórico-militar erguido durante o domínio espanhol. Foi desativada em 1905, após 312 anos de atividade na defesa de Santos.

Desocupada totalmente na década de 70, ela passou por um longo período de abandono, sendo restaurada em 1992. Em 1993, passou a ser administrada pela Universidade Católica de Santos e, em agosto de 2012, pela Prefeitura.