12/05/2008

o que se passa?

O desafio do referendo é, de fato, neste contexto, a provocação que poderia acender a mecha. A beligerância da oligarquia boliviana foi crescendo ao mesmo tempo que as declarações do embaixador dos Estados Unidos se tornavam mais agressivas contra o governo legítimo e constitucional de Evo Morales, sua agressividade parece buscar mais um confronto do que um resultado nas urnas. Uma guerra civil poderia começar, sem muito trâmite, e levaria o Continente inteiro para uma nova época de escuridão que só satisfaz aos corvos.

A mesa está posta. Resta apenas a maturidade do povo boliviano para desmontar a armadilha que está fazendo crescer a tensão e acendendo a mecha.

As últimas medidas de nacionalização do presidente Morales deixam ver que sua aposta é pelo compromisso, talvez ainda mais firme que quando assumiu suas funções, com o povo ativo, rebelde e mobilizado da Bolívia.

"Somente o povo salva o povo".

* Ana Esther Ceceña é socióloga, integrante do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso)
Da Agencia CARTA MAIOR
 

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